segunda-feira, 28 de março de 2016

Subversivo Pela Causa do Salvador



John Piper 


Quando Jesus encontrou o homem endemoninhado em Gadara, os demônios gritaram: “Que queres conosco, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do devido tempo?” (Mateus 8:29 NVI)

Os demônios aprenderam um mistério neste encontro com Jesus. Eles sabiam que o Filho de Deus seria vitorioso. Mas eles não sabiam, até que aconteceu este encontro, que Cristo estava vindo antes do tempo destinado à derrota final.

Cristo não vai esperar até que a bomba atômica caia para terminar com a guerra. Ele começou a liderar uma força subversiva dentro do território de Satanás. Ele tem treinado um "esquadrão da vida" para realizar operações de resgate audaciosas. Cristo tem articulado muitas vitórias táticas antes do tempo destinado à vitória estratégica final.

O resultado é uma mentalidade de guerra que pensa da seguinte maneira: já que a derrota final de Satanás é certa, e ele sabe disso, nós podemos sempre lembrá-lo de seu fim quando ele nos tentar a seguir seus caminhos. Nós podemos rir e dizer: "Você está fora de si. Quem quer juntar forças com um perdedor?!"

A igreja que foi liberta é a inimiga do "deus deste mundo" (2 Coríntios 4:4). Nós somos os guerrilheiros e os atacantes. Nós somos os insurgentes contra o reinado rebelde do "príncipe do poder do ar" (Efésios 2:2). 

Esta não é uma posição segura. Mas é vibrante. Muitas vidas são perdidas. As forças de Satanás estão sempre atentas para detectar nossa atividade subversiva. Cristo já garantiu a ressurreição para todos aqueles que lutam até a morte. Mas Cristo não garante o conforto, a aceitação deste mundo ou a prosperidade no território do inimigo.

Muitos entregaram suas vidas alegremente atrás das trincheiras cumprindo missões para o Comandante. Eu não posso imaginar uma maneira melhor de viver, ou de morrer!

By John Piper. ©2016 Desiring God Foundation. 
www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em português).
http://solidjoys.desiringgod.org/en/devotionals/subversive-for-the-savior (texto original em inglês).


Traduzido com permissão por Neyzimar  Ferreira Lavalley

terça-feira, 22 de março de 2016

Abra as Janelas do Seu Coração



John Piper 




“Pus nele o meu Espírito... Não esmagará um galho que está quebrado, nem apagará a luz que já está fraca.” (Isaías 42:1-3 NTLH)

Provavelmente as palavras que mais me encorajaram nas últimas semanas são as de uma profecia em Isaías 42:1-3 a respeito de como Jesus fará uso de Seu poder espiritual.

Você se sente como "um galho que está quebrado" - como os lírios que florescem na primavera, cujo peso da flor quebra a haste de tal maneira que as flores murcham no chão sem receber a seiva? Você já sentiu que a sua fé parece mais uma faísca do que uma chama – como aquele ponto vermelho no pavio após você soprar a vela de aniversário?

Tenha ânimo! O Espírito de Cristo é o Espírito de encorajamento: Ele não vai arrancar a sua flor, Ele não vai apagar o seu brilho.

 "O Espírito do Senhor está sobre mim... para pregar boas novas aos pobres" (Lucas 4:18). "O sol da justiça se levantará trazendo cura em suas asas" (Malaquias 4:2). "[Ele é] manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas" (Mateus 11:29). "Espere no Senhor. Seja forte! Coragem! Espere no Senhor" (Salmos 27:14).

Podemos ficar entristecidos porque sejamos apenas uma faísca ao invés de uma chama. Mas ouçam! E sejam encorajados: Sim, há uma grande diferença entre uma faísca e um fogo. Mas há uma diferença infinita entre uma faísca e nenhuma faísca! A semente de uma mostarda (de fé) está infinitamente mais próxima de ser uma montanha do que de não ser uma semente.

Abra a janela das promessas de Deus e deixe que o Espírito sopre em cada espaço do seu coração. O Sopro Santo de Deus não quebrará nem apagará. Ele levantará a sua cabeça e afanará a sua faísca transformando-a em uma chama. Ele é o Espírito de encorajamento.

By John Piper. ©2016 Desiring God Foundation. 
www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em português).
http://solidjoys.desiringgod.org/en/devotionals/open-the-windows-of-your-heart (texto original em inglês).


Traduzido com permissão por Neyzimar Ferreira Lavalley

quinta-feira, 17 de março de 2016

De Onde Vem o Nosso Conforto



John Piper 

Mas eles gritaram: ‘Mata! Mata! Crucifica-o!’

‘Devo crucificar o rei de vocês?’, perguntou Pilatos.

‘Não temos rei, senão César’, responderam os chefes dos sacerdotes.

Finalmente Pilatos o entregou a eles para ser crucificado.

João 19:15-16 NVI

A autoridade de Pilatos para crucificar Jesus não O intimidou. Por que não?

Não foi porque Pilatos estava mentindo. Não foi porque Pilatos não tinha autoridade para crucificar Jesus. Pilatos tinha esta autoridade.

Pelo contrário, esta autoridade não intimidou Jesus, pois ela era secundária. Jesus disse: [Esta autoridade] “lhe foi dada por Deus" (NTLH). Isto significa que é realmente autoridade. Não menor. Mas, maior.

Então, como não ser intimidado? Pilatos não apenas tinha autoridade para matar Jesus. Mas ele tinha autoridade dada por Deus para matá-lO.

Isto não intimida a Jesus porque a autoridade de Pilatos sobre Jesus está subordinada à autoridade de Deus sobre Pilatos. O conforto que Jesus recebe neste momento não é pelo fato de que Pilatos não tenha poder para realizar sua vontade, mas Ele recebe conforto porque a vontade de Pilatos está controlada. O conforto de Jesus não se baseia no fato de que Ele está nas mãos de um amedrontado Pilatos, mas no fato de que Pilatos está nas mãos do Pai de Jesus.

Isto significa que o nosso conforto não vem da falta de poder de nossos inimigos, mas da soberania de nosso Pai que controla o poder deles.

Este é o ponto central de Romanos 8:35-37. Tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo e espada não podem nos separar de Cristo porque "em todas estas coisas somos mais do que vencedores por meio daquele que nos amou" (Romanos 8:35-37 NVI).

Pilatos (e todos os adversários de Jesus, e os nossos) planejou o mal. Mas Deus o tornou em bem (Gênesis 50:20). Todos os inimigos de Jesus se reuniram com autoridade dada por Deus “para fazer tudo o que, pelo teu [de Deus] poder e pela tua [de Deus] vontade, já havias resolvido que ia acontecer” (Atos 4:28 NTLH). Eles pecaram. Mas Deus concedeu salvação através do pecado deles.

Portanto, não se deixe intimidar pelos seus inimigos que podem apenas tirar a vida. Não somente porque tirar a vida é tudo o que eles podem fazer (Lucas 12:4), mas também porque tudo é feito sob a mão vigilante de seu Pai.

"Não se vendem cinco pardais por duas moedinhas? Contudo, nenhum deles é esquecido por Deus. Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. Não tenham medo; vocês valem mais do que muitos pardais!" (Lucas 12:6-7 NVI)

Pilatos tem autoridade. Herodes tem autoridade. Soldados têm autoridade. Satanás tem autoridade. Mas nenhuma autoridade é independente. Toda a autoridade que eles têm é secundária. Toda autoridade que eles têm está subordinada à vontade de Deus. Não tema. Você é precioso para o seu Pai Soberano. Você é muito mais precioso do que os pássaros que não são esquecidos por Deus.

By John Piper. ©2016 Desiring God Foundation. 
www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em português).
http://solidjoys.desiringgod.org/en/devotionals/where-our-comfort-comes-from (texto original em inglês).


Traduzido com permissão por Neyzimar Ferreira Lavalley

quinta-feira, 10 de março de 2016

Para a Solteira: O Bom, Indesejável Presente do Celibato


Katelynn Luedke 


A minha intenção era encontrar um marido ao mesmo tempo em que cursava a faculdade. Terminei o curso apenas com um diploma em Ciências Políticas nas mãos, mas não com uma aliança de noivado.

Eu nunca fui a garota que sonhava em se casar. Entrei na faculdade solteira e pronta para conquistar o mundo. Eu tinha um relacionamento com Cristo, estava recebendo uma boa educação e estava contente. Desejava uma família em um futuro distante, lá pelos trinta anos de idade.

Em certo período durante minha época de faculdade, meus amigos de infância começaram a ficar noivos, se casarem e terem filhos. Bem rapidamente o "não é bom que o homem esteja só" começou a descrever a minha situação.

Um dia pela manhã, li a notícia de que mais uma amiga tinha ficado noiva. Ela era uma boa amiga e fiquei feliz por ela. Então, comecei a chorar. Contudo, percebi que as lágrimas que encharcavam meus olhos não eram por causa da alegria que sentia por ela. A razão das lágrimas era porque desejei que fosse eu quem estivesse postando a notícia do meu noivado, e não ela.

Naquele momento, eu entendi que tudo o que eu queria era ser casada e começar uma família. Repentinamente, a descrição do trabalho de esposa e mãe estava soando melhor do que qualquer emprego que poderia obter com o meu diploma.

Foi então que começou a minha luta contra o descontentamento e a solidão.

A Batalha Contra a Solidão

Mais rápido do que o previsto, eu encontrei alguém. Por um ano e meio a nossa amizade cresceu profundamente e parecia que estávamos caminhando na direção de um relacionamento mais sério. Eu comecei a depositar nele a minha esperança, acreditando que ele fosse a realização dos meus novos desejos. No período de uma semana, nós confessamos os nossos sentimentos um pelo outro – mas, alguns dias depois, nossa amizade terminou, bem como qualquer possibilidade de continuarmos como casal.


Iniciou-se meu segundo tempo na batalha contra o descontentamento e contra a solidão.



Mulheres mais experientes me aconselharam a aproveitar meu tempo como mulher solteira. Eu não recusava este tipo de conselho, embora fosse algo confuso de ser processado emocionalmente. Eu havia recentemente enxergado algumas das desvantagens de ser solteira, e agora eu estava lutando para conseguir enxergar a mínima vantagem em continuar solteira.

 Deus é o Presente Durante o Período de Solteira

Elisabeth Elliot discute o presente do celibato em seu livro Let Me Be a Woman (Deixe-me Ser uma Mulher). Ela escreve:

"Tendo passado mais de quarenta e um anos como solteira, tenho aprendido que o celibato é, de fato, um presente. Não é um presente que eu escolheria. Não é um presente que muitas mulheres escolheriam. Mas nós não escolhemos as dádivas que recebemos, está lembrada? Elas nos são dadas por um Provedor Divino que conhece o final desde o começo, e que deseja acima de todas as coisas nos dar o presente de Si Mesmo."



A honestidade na avaliação e admoestação de Elisabeth Elliot sobre a dádiva do celibato é um bálsamo para a alma da mulher que não desejaria nem optaria por permanecer solteira.

   

Ela conclui seus pensamentos dizendo: "é no contexto das circunstâncias que Deus escolheu para nós – solteiras, casadas, ou viúvas – que nós O recebemos. É neste contexto, e em nenhum outro, que Deus revela a Si mesmo para nós. É neste contexto que Ele nos permite servi-Lo".

A Perspectiva de Uma Mulher Solteira

Elizabeth Elliot e o apóstolo Paulo têm uma abordagem similar com relação à dádiva do celibato. É famosa a exortação de Paulo aos solteiros para usarem o dom de celibato como plataforma para o serviço a fim de "que façam o que é direito e certo e que se entreguem ao serviço do Senhor com toda a dedicação." (1 Coríntios 7:35 NTLH)

Na prática, viver solteira e sem distrações me parecia um paradoxo. Pois distraía-me a mentira de que o melhor da vida talvez nunca chegasse para mim. Distraíam-me os pensamentos de que a minha alegria maior somente poderia ser obtida se eu me casasse, e que talvez eu nunca fosse experimentar esta alegria. Eu comecei a entregar-me à maneira de pensar sutil, mas perigosa, de que a alegria plena da vida de alguém só pode vir através do casamento.

Contudo, Salmos 16:11 não afirma que a alegria plena é fruto do casamento. Ao invés, o salmista diz: "Tu me farás conhecer a vereda da vida,  a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita”. (NIV)

O Formato Inesperado dos Presentes de Deus

O versículo citado acima e a promessa de alegria nele contida é a razão pela qual Elisabeth Elliot pode afirmar às mulheres solteiras que o celibato é de fato um presente. Ao invés de enxergar a vida de solteira como um lembrete gritante de que algo me está faltando, eu enxergo que este presente é bom porque o Provedor é bom.  Se o fato de permanecer solteira me permite desfrutar a dádiva da presença de Deus, e se na presença de Deus há plenitude de alegria, não pode haver contestação de que o celibato é um presente.

Entender a dádiva do celibato é entender o relacionamento entre servir e alegria. Entender que quando uma vida é dedicada para servir um Deus Santo, há alegria. Entender que quando encontramos alegria na presença de um Deus Santo, o serviço a Deus irá transbordar. Como um casamento, estas verdades são duas experiências diferentes que diariamente tornam-se uma.

Quando o serviço e a alegria ocorrem simultaneamente, há menos espaço em meu coração para o descontentamento ou solidão, pois o meu coração está direcionado a ocupar-se das necessidades externas e das coisas de Deus. Quando servir a Cristo e a alegria em Cristo ocorrem inseparavelmente em minha vida, eu sou capaz de ver que cada presente dado por Deus é bom – mesmo que não venha na forma de uma aliança de noivado.
©2016 Desiring God Foundation. 
www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em português).
Traduzido com permissão por Neyzimar Ferreira Lavalley.