quarta-feira, 29 de junho de 2016

Todos Inimigos de Deus

John Piper

"Antes vocês estavam separados de Deus e, na mente de vocês, eram inimigos por causa do mau procedimento de vocês. Mas agora ele os reconciliou pelo corpo físico de Cristo, mediante a morte, para apresentá-los diante dele santos, inculpáveis e livres de qualquer acusação" (Colossenses 1:21-22 NVI)

A melhor notícia do mundo é que a nossa separação de Deus foi eliminada e nós fomos reconciliados com o Juiz do universo. Deus já não é mais contra nós, mas está ao nosso favor. Ter o amor onipotente do nosso lado fortalece poderosamente a nossa alma. A vida se torna completamente livre e ousada quando o Ser mais forte de todos está ao seu favor.

Mas a mensagem completa da salvação não é boa notícia para aqueles que rejeitam o diagnóstico de Colossenses 1:21. Ele diz: “vocês estavam separados de Deus e, na mente de vocês, eram inimigos."

Mas quantas pessoas você conhece que dizem: "Na minha mente, eu sou inimiga de Deus"? As pessoas raramente dizem: "Eu odeio a Deus". Então, qual o significado das palavras de Paulo quando ele diz que as pessoas eram inimigas de Deus em suas mentes antes de serem reconciliadas pelo sangue de Cristo?

Eu acho que ele quer dizer que a inimizade está realmente presente na mente das pessoas contra o verdadeiro Deus, mas as pessoas não permitem a si mesmas pensarem sobre o Deus verdadeiro. Elas imaginam que Deus seja da maneira que elas gostariam que Ele fosse, o que raramente inclui qualquer possibilidade que elas estejam com sérios problemas em relação a Ele.

Mas, em relação ao Deus que realmente existe (um Deus que é soberano sobre todas as coisas, incluindo a doença e a calamidade), nós todos éramos inimigos Dele, Paulo diz. Bem lá no fundo, nós odiávamos o Seu poder absoluto e a Sua autoridade absoluta.

O fato de qualquer um de nós sermos salvos é devido à aceitação da verdade maravilhosa de que a morte de Cristo obteve a graça pela qual Deus conquistou nossos corações e nos fez amar Àquele que antes odiávamos.

Muitos ainda estão aprendendo a não ser inimigos de Deus. É uma boa coisa o fato de que Ele é gloriosamente paciente.


By John Piper. ©2016 Desiring God Foundation.
www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em português).
http://solidjoys.desiringgod.org/en/devotionals/all-hostile-to-god (texto original em inglês).
 

Traduzido com permissão por Neyzimar Ferreira Lavalley.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Será que Cristo Vale a Pena?



John Piper

"Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo. E aquele que não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo." ( Lucas 14:26-27 NVI)

Jesus não tem vergonha, nem medo, de nos dizer o "pior" logo no início: o preço doloroso de ser um cristão, que inclui abdicar da família (versículo26), carregar uma cruz (versículo27) e renunciar bens materiais (versículo33). Não há notas de rodapé escritas com letrinhas minúsculas no Pacto da Graça. Está tudo escrito em letras bem grandes e em negrito. Não é graça barata! É muito cara! Venha e seja o meu discípulo.

Mas Satanás esconde o seu pior e mostra somente o seu melhor. Tudo o que realmente importa na negociação com Satanás está escrito em letrinhas bem pequeninas e posicionado lá no final da página.

Na página da frente está escrito em negrito, "Você certamente não morrerá" (Gênesis 3:4), e "Tudo isto lhe darei, se prostrado me adorares" (Mateus4:9). Mas, na página de trás, em letrinhas minúsculas (de modo que você só consegue ler através das lentes de aumento da Bíblia), ele diz: "E depois que findarem os prazeres passageiros deste mundo, você sofrerá comigo para sempre no inferno".

Porque será que Jesus está disposto a nos mostrar o seu "pior " tanto quanto o seu melhor, enquanto Satanás somente nos mostra o seu melhor? Mathew Henry responde: "Satanás mostra o melhor, mas esconde o pior, porque o seu melhor não faz contrapeso com o seu pior; mas o melhor de Cristo excede abundantemente o pior da vida cristã."

O chamado de Jesus não é somente um chamado para sofrer e para se sacrificar; é primeiramente um chamado para um banquete. Este é o ponto principal na parábola de Lucas 14:16-24. Jesus também promete uma ressurreição gloriosa onde todas as perdas desta vida serão compensadas (Lucas 14:14). Ele também nos diz que Ele nos ajudará a perseverar nas tribulações (Lucas 22:32). E também nos diz que o nosso Pai nos dará o Espírito Santo (Lucas11:13). Ele promete, mesmo se formos mortos por causa do reino, que "nenhum fio de cabelo da cabeça de vocês se perderá" (Lucas 21:18).

Isto significa que quando paramos para calcularmos o preço de seguirmos a Jesus, quando pesamos o "pior" e o "melhor", Cristo vale a pena. Ele vale a pena abundantemente (Romanos 8:18, 2 Coríntios 4:17).

Não é assim com Satanás. "Saborosa é a comida que se obtém com mentiras, mas depois dá areia na boca" (Provérbios 20:17 NVI).

By John Piper. ©2016 Desiring God Foundation.
www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em português).
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Traduzido com permissão por Neyzimar Ferreira Lavalley.


sexta-feira, 17 de junho de 2016

Não Trabalhe Para Deus


John Piper

 
"Pois os olhos do Senhor estão atentos sobre toda a terra para fortalecer aqueles que lhe dedicam totalmente o coração”. (2 Crônicas 16:9 NVI)

O que Deus está procurando no mundo? Trabalhadores? Não. O evangelho não é um anúncio para oferecer emprego. O chamado ao serviço cristão também não é uma oferta de emprego.

Deus não está procurando por pessoas que trabalhem para Ele. "Pois os olhos do Senhor estão atentos sobre toda a terra para fortalecer aqueles que lhe dedicam totalmente o coração”. (2 Crônicas 16:9 NVI).

O que Deus quer de nós? Não é aquilo que geralmente imaginamos. Ele repreende Israel por trazer-Lhe muitos sacrifícios: "Não tenho necessidade de nenhum novilho dos seus estábulos... pois todos os animais da floresta são meus... Se eu tivesse fome, precisaria dizer a você? Pois o mundo é meu, e tudo o que nele existe" (Salmos 50:9-12 NVI).

Mas, será que não existe nada que possamos dar a Deus que não O reduziria à posição de beneficiário?

Sim. As nossas ansiedades.

Este é um mandamento: "Lançai sobre ele todas as vossas ansiedades" (1 Pedro 5:7 NVI). Deus irá receber alegremente qualquer coisa de nós que mostre a nossa dependência Dele e a Sua auto-suficiência.

O cristianismo é praticamente uma convalescência. Os pacientes não trabalham para os seus médicos. Eles confiam neles para receitarem um bom remédio. O Sermão do Monte é a prescrição médica do nosso Médico, e não a descrição da função empregatícia proveniente do nosso Empregador.

As nossas próprias vidas dependem de não trabalharmos para Deus. "Ora, o salário do homem que trabalha não é considerado como favor, mas como dívida. Todavia, àquele que não trabalha, mas confia em Deus, que justifica o ímpio, sua fé lhe é creditada como justiça." (Romanos 4:4-5 NVI).


Os trabalhadores não recebem presentes. Eles recebem o que lhes é devido. Como nós temos o presente da justificação, nós não nos atrevemos a trabalhar. Deus é o trabalhador nesta transação. E Ele recebe a glória de ser o Benfeitor da graça, não o beneficiário do serviço.

By John Piper. ©2016 Desiring God Foundation.
www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em português).
http://www.desiringgod.org/articles/don-t-serve-god (texto original em inglês).

Traduzido com permissão por Neyzimar Ferreira Lavalley.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

O livro de Provérbios promete que meus filhos não se desviarão da fé?



John Piper

 
A ouvinte Brenda Rodgers nos escreveu perguntando: “Pastor John, eu tenho uma filhinha de 22 meses de idade e já comecei a ensiná-la a respeito de Jesus e a testemunhar sobre a minha fé. Contudo, recentemente ouvi falar de alguns filhos que hoje são adultos e que cresceram em lares cristãos – alguns cujos pais foram até mesmo líderes na igreja – mas que vieram a renunciar a fé quando adultos. Este tem se tornado o meu maior temor em relação à minha própria filha. Você poderia explicar Provérbios 22:6 e me dar alguns conselhos práticos de como eu poderia ajudar minha filha a ter um relacionamento autêntico e verdadeiro com Jesus – um relacionamento que ela não abandonará mais tarde na vida?”

Eu gostaria de ter um conhecimento maior sobre este assunto, apesar de ter exercido o papel de pai por 43 anos e ter criado cinco filhos, mas eu desejo responder baseado na Bíblia, o tanto quanto possível, e não somente em minhas limitações pessoais. Então, vou tentar responder à pergunta. Vamos começar falando sobre Provérbios 22:6 e depois sobre a última parte da pergunta: O que você pode fazer para maximizar a probabilidade de seu filho ser um discípulo de Jesus?

Provérbios 22:6 diz, “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele.” O problema que nós percebemos é que a parte do versículo que é uma promessa (“não se desviará dele”) parece ser tão infalível, que toda vez que um filho criado em uma família cristã abandona os caminhos da sabedoria ou os caminhos da fé em Jesus ao atingir a vida adulta, a nossa conclusão acaba sendo de que esta situação é resultante de uma falha dos pais em obedecer a primeira parte do versículo, ou seja, de instruir a criança devidamente. E este é um fardo pesado de carregar para a maioria dos pais. Mas se este for o significado do versículo, então nós precisamos estar dispostos a carregar este fardo.

Antes de dizer o que eu acredito ser o significado desta promessa, quero ressaltar que há textos na Bíblia onde a desobediência dos filhos na idade adulta, desviando-se da fé e arruinando suas vidas, é atribuída à falha dos pais. Por exemplo, Adonias (filho de Davi, que era o homem segundo o coração de Deus), enalteceu a si mesmo dizendo: “Eu serei o rei” (1 Reis 1:5). E Adonias providenciou para si mesmo uma carruagem, cavalos e homens para correrem à sua frente.

Seu pai nunca, em tempo algum, o havia contrariado, nunca havia perguntado: “Por que você age assim? (olhe o versículo 6). Esta é uma crítica bem intencional em relação a Davi. O pai de Adonias nunca dedicou tempo para dizer a ele: “Não faça isso.” Pois Davi não queria contrariar Adonias, e é com clareza que o autor deste livro da Bíblia está atribuindo a rebelião de Adonias contra o próprio pai à falha de seu pai Davi em discipliná-lo. Então, nós erramos e nossos erros têm consequências terríveis.

Outro exemplo são os filhos do sacerdote Eli. Um profeta foi até Eli e disse: “Por que pisastes o meu sacrifício e a minha oferta de alimentos, que ordenei na minha morada, e honras a teus filhos mais do que a mim, para vos engordardes do principal de todas as ofertas do meu povo de Israel?” (1 Samuel 2:29). Quando Eli ouviu que seus filhos haviam sido mortos por Deus por causa da desobediência deles, ele caiu para trás, quebrou o pescoço e morreu porque ele estava velho e pesado (1 Samuel 4:18). A Bíblia fala que Eli engordou porque ele honrou seus filhos mais do que ele honrou a Deus, pois seus filhos estavam retirando as melhores partes dos sacrifícios para comerem e seu pai tanto amava aquela comida que não criticou seus filhos.

Eli criticou a fornicação de seus filhos no santuário, mas eles continuaram exercendo suas funções e continuaram usando os sacrifícios de forma inapropriada. Isso nos mostra que um pai pode ser bastante seletivo em relação à disciplina e à crítica de seus filhos, e é evidente que o profeta neste texto está criticando Eli por honrar seus filhos mais do que a Deus pelo fato de não repreendê-los devido à maneira com eles lidavam com o sacrifício.

Não podemos simplesmente nos esquivar de Provérbios 22:6 como se não houvesse uma correlação entre a maneira que você cria seus filhos e o tipo de pessoas que eles se tornarão. Eu sei, pois eu também sou pai. Eu sei que é um tremendo peso que nós carregamos quando nossos filhos não estão fazendo as coisas que nós pensamos que eles deveriam estar fazendo ou quando estão fazendo coisas que nós pensamos que eles não deveriam estar fazendo, e olhamos para trás e nos perguntamos: “Será que eu poderia tê-los criado melhor?” E a resposta quase sempre é: “Sim.”

Mas depois de mencionar estes exemplos, eu, particularmente, duvido que a segunda metade de Provérbios 22:6 (“e, até quando envelhecer, não se desviará dele”), eu duvido que o autor de Provérbios tivesse a intenção de que nós a entendêssemos como uma promessa infalível, sem exceções. Há três motivos pelos quais eu não acredito que o significado deste versículo é que existe um processo infalível de criar seu filho nos caminhos de Deus para que ele jamais se desvie da fé.

1) Quando você lê a história dos reis de Israel, um rei bom e fiel algumas vezes é sucedido por um filho ruim, e um rei ruim é algumas vezes sucedido por um bom filho. E parece não haver nenhum esforço da parte do autor bíblico inspirado por Deus para dizer: “Pais fiéis têm filhos fiéis e pais infiéis têm filhos infiéis.” Parece não haver nenhum esforço para indicar isto. O autor parece indicar com naturalidade que um rei fiel a Deus era sucedido por um filho ímpio e vice versa.

2) O único Pai perfeito que já existiu teve um filho que se desviou. Israel é o filho de Deus e foi rebelde quase a totalidade de sua existência apesar da paternidade perfeita de Deus para com Seu filho. Eis um exemplo, em Oséias 11:1-2: “Quando Israel era menino, eu o amei [Deus é quem está falando], e do Egito chamei o meu filho. Mas, quanto mais eu o chamava, mais eles se afastavam de mim.” Este é Deus, o Pai perfeito suplicando com Seu filho. E qual o resultado que Ele obtém? Uma vida inteira, ou seja, uma história inteira, a história de Israel, toda a história do Antigo Testamento mostra que este filho é rebelde.

3) Acredito que este é o motivo mais importante contextualmente. Provérbios 22:6 é um provérbio. Por natureza, provérbios são generalizações daquilo que usualmente acontece na vida ao invés de promessas de como a vida sempre será. Então, você pode simplesmente ler o livro de Provérbios e perceber esta realidade. Por exemplo, no versículo 29 do capítulo 22 você lê: “Você já observou um homem habilidoso em seu trabalho? Será promovido ao serviço real.” Bem, é realmente o significado obrigatório do autor de que todo o carpinteiro ou cortador de pedras habilidoso no trabalho em Israel iria ter a chance de se apresentar diante do rei? Certamente esta não é a maneira que devemos entender este provérbio e muitos outros.

O ponto central do provérbio é generalizar que o trabalho feito de forma primorosa é reconhecido por pessoas que têm a capacidade de discernir e que resultará em grandes benefícios – ou algo parecido. Para quem estudou este assunto, todos reconhecem que o exemplo mais claro de como funciona a dinâmica de provérbios encontra-se em Provérbios 26:4 e 26:5. Provérbios 26:4 diz, “Não responda ao insensato com igual insensatez, do contrário você se igualará a ele.” O versículo seguinte diz: “Responda ao insensato como a sua insensatez merece, do contrário ele pensará que é mesmo um sábio” (v. 5).

Isto revela a natureza de um provérbio. A pressa é inimiga da perfeição. Apressa-te para consertar o telhado antes que o buraco fique maior. Estes provérbios parecem opostos, certo? A pressa é inimiga da perfeição. É verdade a mensagem deste provérbio popular? Sim. Apressa-te para consertar o telhado antes que o buraco fique maior. É verdade a mensagem deste provérbio popular? Sim. Mas eles parecem recomendar ações opostas. É por isso que Provérbios 26:9 diz o seguinte: “Como ramo de espinhos nas mãos do bêbado, assim é o provérbio na boca do insensato.” Em outras palavras, você pode usar um provérbio como quem usa um espinheiro para espetar as pessoas. Você precisa ter sabedoria para saber como usar um provérbio. Você não pode usar os provérbios e pressupor que o significado deles será automaticamente evidente. É necessário sabedoria para entender uma palavra que é um diamante – “A palavra proferida no tempo certo é como frutas de ouro incrustadas numa escultura de prata” (Provérbios 25:11). Mas é necessário discernirmos o momento e a ocasião para usarmos um provérbio.

Então, por estes três motivos eu não acredito que a Brenda deve carregar o peso terrível de pensar que se ela agir corretamente, isto garantirá que sua filhinha de 22 meses de idade terá uma fé inabalável aos 22 anos de idade. Ela não é capaz de carregar este peso.

Mas há algumas coisas que eu gostaria de dizer para a Brenda:

1) Em geral, criar os filhos nos caminhos de Deus irá conduzi-los à vida eterna. Em geral, eu acredito que isto é verdade.

2) Esta realidade inclui colocarmos nossa esperança em Deus e orarmos perseverantemente para que Ele nos dê sabedoria e também orarmos pela salvação dos filhos do momento em que eles nascem até o momento final de nossas vidas. Não ore apenas até que seus filhos se convertam aos seis anos de idade. Isto não é uma opção inteligente. Ore até o momento em que você der seu último suspiro para que seus filhos se convertam e ore pela perseverança deles naquilo que parece ser uma conversão.

3) Preencham a mente de seus filhos com a Palavra de Deus. A fé vem por se ouvir, e a mensagem é ouvida através da Palavra de Deus (Romanos 10:17).

4) Seja radicalmente consistente e autêntico em sua própria fé – não apenas no modo de agir, mas nos sentimentos de afeição, pois os filhos precisam ver como Jesus é precioso para a mamãe e o papai, e não apenas ver que mamãe e papai obedecem a Jesus, ou frequentam a igreja, ou leem a Bíblia, ou cumprem uma lista de obrigações religiosas. Os filhos precisam enxergar a alegria e a satisfação no coração de mamãe e papai por Jesus ser o melhor amigo do mundo.

5) Seja um modelo do precioso evangelho da graça. Quando nós, pais, confessamos nossos pecados e dependemos da graça, nossos filhos entendem o seguinte: “Eu não preciso ser perfeito. Mamãe e papai não são perfeitos. Eles amam a graça. Eles amam o evangelho porque Jesus perdoa seus pecados. Por isso, eu seu que Ele perdoará os meus pecados.”

6) Faça parte de uma igreja que esteja transbordando da Bíblia e de amor. As crianças precisam ser rodeadas por outros cristãos e não somente da mamãe e do papai.

7) Exija obediência. Não seja dominada pela preguiça. Hoje em dia há muitos pais e mães jovens que me parecem extremamente preguiçosos. Eles não têm o desejo de firmarem a postura e de fazerem o necessário para colocarem os filhos na linha. Então, devemos ser consistentes com nossas punições e especialmente consistentes em todas as nossas promessas de boas coisas que falamos aos nossos filhos que iremos fazer por eles.

8) Deus salva filhos criados por pais incrédulos e que fracassaram na criação dos filhos. Deus é soberano. Em última instância, nós não salvamos os nossos filhos. Deus salva os filhos e praticamente não haveria mais filhos no mundo se Deus não os salvasse apesar de serem frutos de famílias fracassadas.

9) Confie na soberania de Deus em relação à salvação de seus filhos. Nós não somos capazes de carregarmos o peso do destino eterno de nossos filhos. Isto é responsabilidade de Deus e nós precisamos deixar isto nas mãos de Deus.





By John Piper. ©2016 Desiring God Foundation. 
www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em português).
http://www.desiringgod.org/interviews/does-proverbs-promise-my-child-will-not-stray (texto original e áudio em inglês).

Traduzido com permissão por Rachel Machado Soares Beere.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

A Luz Além da Luz

John Piper


"Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas." (Colossenses 3:1-2 NVI)

Jesus Cristo é fonte de descanso. Aparte-se dEle, engaje-se em uma atividade de lazer sem Cristo e sua alma se torna ressequida.

A princípio, talvez pareça libertador e divertido reduzir o seu período de oração e negligenciar a Palavra. Mas então nós pagamos um preço: superficialidade, falta de poder, vulnerabilidade ao pecado, preocupação com coisas sem importância, relacionamentos superficiais e uma tremenda perda de interesse na adoração e nas coisas do Espírito.

Não permita que suas férias de verão façam murchar a sua alma. Deus criou o período do verão para te dar um gostinho do Céu, não para substituí-lo.

Se o carteiro lhe trouxer uma carta de amor do seu noivo, não se apaixone pelo carteiro. Não caia de amores com o trailer do filme de forma que você seja incapaz de amar a realidade vindoura. 

Jesus Cristo é o centro revigorante do verão. Ele tem a supremacia em todas as coisas (Colossenses 1:18), incluindo férias e piqueniques, jogos de futebol, longas caminhadas e churrascos. Ele nos convida neste tempo de relaxar: "Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso" (Mateus 11:28 NVI).

Nós queremos isto? Esta é a questão. Cristo nos dá a Si mesmo em proporção ao quanto nós desejamos o Seu descanso. "Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração" (Jeremias 29:13 NVI).

A palavra de Pedro para nós sobre isto é a seguinte: "Arrependam-se, pois, e voltem-se para Deus, para que os seus pecados sejam cancelados, para que venham tempos de descanso da parte do Senhor" (Atos 3:19-20 NVI). Arrependimento não é somente sair do pecado, mas também voltar-se para o Senhor com corações abertos, esperançosos e submissos.

Qual é o tipo de mentalidade de férias como estas? É a mentalidade de Colossenses 3:1-2  "Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas." 

A Terra é de Deus! Ela é a pré-estreia da realidade de como será o verão eterno quando "a cidade não precisa de sol nem de lua para brilharem sobre ela, pois a glória de Deus a ilumina, e o Cordeiro é a sua candeia" (Apocalipse 21:23 NVI).

O sol do verão é somente um indicativo do sol que virá. A glória de Deus. O verão é para que você veja isso e para mostrar isso. Você quer ter olhos para ver? Senhor, deixa-nos ver a luz além da luz.



By John Piper. ©2016 Desiring God Foundation. 
www.desiringGod.org
(website em inglês com alguns recursos em português).
http://solidjoys.desiringgod.org/en/devotionals/the-light-beyond-the-light (texto original em inglês).


Traduzido com permissão por Neyzimar Ferreira Lavalley.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

O Porquê do Inferno Existir




John Piper


Por que Deus determinou ser apropriado estabelecer um julgamento eterno, sem fim?E qual é o pecado principal que este julgamento punirá?E como é que somos todos tão culpados que esta punição é apropriada e cabível para todo ser humano que não está unido a Cristo?Para esta questão tão dura, mas tão essencial, nós encontramos a resposta no primeiro capítulo do livro de Romanos. A seguir, você lê a transcrição de um trecho de um sermão do Pastor John Piper durante a conferência Revive que foi realizada na Inglaterra no ano passado.



Nós nunca nos afastamos de Deus porque nós O valorizamos pouco. Nós trocamos Deus por outra coisa porque nós valorizamos mais esta outra coisa. Deixe-me explicar novamente. Ninguém se afasta de Deus, desiste de Deus, abandona a Deus, suprime a Deus, dá as costas para Deus simplesmente porque Deus tem pouco valor para esta pessoa. Nós sempre abandonamos a Deus porque nós valorizamos outras coisas mais do que nós valorizamos a Deus, e isso é um tremendo insulto cósmico e uma ofensa infinita. Esta é a ofensa infinita do universo: que os seres humanos prefiram qualquer outra coisa ao invés de Deus.



Eis o texto de Romanos 1:22-23: “ Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos” – prestem atenção nas seguintes palavras – “e trocaram a glória do Deus imortal por imagens.” Vamos pensar nisto por um momento, pois todos nós já fizemos isto. E somos tentados a fazer isto todos os dias – trocar uma coisa por outra significa expressar uma preferência. Certo? Você não troca algo de supremo valor para você por algo que tem um valor menor para você. Nunca. Você sempre troca uma coisa por outra que você deseja com mais intensidade ao invés da primeira. Você não quer mais a primeira coisa. Você deseja a outra coisa. Este é o significado da palavra troca. Ao invés, eu desejo a outra coisa.

  

E todos nós fazemos isto com Deus. Nós contemplamos a glória de Deus. Nós contemplamos o poder de Deus. Nós contemplamos a sabedoria de Deus. Nós contemplamos a bondade de Deus. E nós não dizemos: “Obrigado”. Nós não dizemos: “O Senhor é grandioso”. Nós dizemos: “Eu vou trocá-LO por algo que eu realmente desejo”. É por isso que o inferno existe, pois isto é um pecado infinito. Você não pode fazer nada pior do que isto. Não há nada pior que pode ser feito. Os pecados são simplesmente um desdobramento deste. O mal de cada pecado é derivativo deste. Este é o grande mal.



Tudo o que nós chamamos mal, ao prejudicarmos uns aos outros, são apenas expressões deste grande mal. Toda podridão que nós causamos uns aos outros é originada da podridão maior de trocarmos Deus por outras coisas, quando dizemos ao Criador Infinito e à realidade mais linda do universo: “Eu não Te desejo. Eu não Te prefiro. Você não é atrativo para mim. Você não me satisfaz. Eu não obtenho nenhum prazer na Sua presença. Esta outra coisa é o que eu desejo. Esta outra coisa é o meu tesouro.” Isto é perversidade. Isto é o significado de perversidade. E qualquer outra maldade origina-se neste mal, incluindo os pecados relacionados ao dinheiro, ao sexo e ao poder, o que o apóstolo Paulo explica claramente.



O problema mais profundo que nós enfrentamos em relação ao dinheiro, ao sexo e ao poder é que todos nós temos conhecimento do poder supremo de Deus. Nós temos conhecimento. Todos nós temos conhecimento. Todas as pessoas com as quais você poderá conversar – ateus, incrédulos, agnósticos, secularistas, adeptos da nova era, qualquer que seja a religião – todo mundo conhece a verdade, ou seja, que Deus é valioso de forma suprema. E todas as pessoas preferem outra coisa ao invés de Deus. Adão e Eva pensaram que estavam usando de sabedoria quando eles preferiram os seus próprios caminhos e o fruto ao invés de Deus e Seus caminhos, e eles se tornaram tolos e foram obscurecidos em seu entendimento – e nós somos herdeiros disto no mais profundo âmago de nosso ser.



Há dois tipos de condições do coração neste mundo: aquele que valoriza Deus acima de tudo e aquele que valoriza outra coisa acima de tudo. Mas a questão principal é se o seu coração está valorizando Deus com supremacia acima de todas as coisas: todas as coisas más e todas as coisas boas; todas as boas coisas que Deus te dá, e todas as coisas más com as quais o diabo está tentando você. Deus é o seu tesouro acima de todas as coisas boas e todas as coisas ruins? Deus é quem te satisfaz? Deus é o seu prazer? Pois se Deus estiver acima de tudo, o dinheiro, o sexo e o poder se transformarão em potenciais extraordinários em sua vida. Mas se Deus não estiver acima de tudo, o dinheiro, o sexo e o poder se tornarão inacreditavelmente destrutivos em suas mãos.

  
By John Piper. ©2016 Desiring God Foundation. 
www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em português).
http://www.desiringgod.org/interviews/why-hell-exists (texto e audio originais em inglês).

Traduzido com permissão por Rachel Machado Soares Beere.