sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Ação de Graças, Sentimentos de Gratidão, e a Glória de Deus




John Piper






De vez em quando é necessário ressaltar que nem toda ação de graças é acompanhada por um sentimento de gratidão. Nós podemos nos disciplinar (ou aos nossos filhos) para respondermos com um “obrigado” quer o sentimento de gratidão esteja presente ou não. Mas este não é um bom hábito, principalmente em relação a Deus.



Jesus nos adverte contra a adoração vã. “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram” (Mateus 15:8-9 NVI). Demonstrar gratidão ser sentir-se grato é inútil. Não tem valor para Deus.



Um Ato do Coração



Gratidão genuína é um ato que reflete as afeições do coração; não é uma ação dos músculos labiais. Não é um ato voluntário, mas um ato despertado em nós. Não é uma decisão da vontade, mas um reflexo do coração. É algo que acontece conosco. Tornamos-nos cientes de uma boa ação que nos foi praticada e podemos reagir nos sentindo gratos ou sendo ingratos.



Não é uma consequência; é uma experiência. Se a resposta de nossos lábios for uma simples dedução lógica, ela não reflete a genuína gratidão do coração. (Premissa 1: Alguém praticou uma boa ação para comigo. Premissa 2: Em situações como esta a pessoa deve dizer “obrigado”. Conclusão: Eu farei com que meus lábios respondam dizendo “obrigado”.)



Então, vejamos como a Bíblia relaciona a gratidão à glória de Deus.



Para a Glória de Deus



“Quem me oferece sua gratidão como sacrifício, honra-me” (Salmo 50:23 NVI). A oferta de gratidão que honra a Deus não é meramente externa. É a gratidão verdadeiramente sentida no coração. Este é o único tipo de sacrifício que agrada a Deus.



“Não te deleitas em sacrifícios... Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás (Salmo 51:16-17 NVI). Este é o tipo de coração que pode verdadeiramente sentir gratidão pela graça.



Então, o sacrifício de ação de graças que glorifica a Deus é a oferta de gratidão de um coração contrito e quebrantado devido às misericórdias imerecidas. Isto coloca em evidência a glória de Deus – isto glorifica a Deus.



De forma semelhante, Paulo diz em 2 Coríntios 4:15, “Para que a graça, que está alcançando um número cada vez maior de pessoas, faça que transbordem as ações de graças para a glória de Deus” (NVI). Eis a lógica desta progressão de eventos: 1) Alguém experimenta a maravilhosa e imerecida graça de Deus, 2) Um sentimento genuíno de gratidão flui do coração, 3) Este sentimento genuíno de gratidão transborda em ação de graças, 4) Desta maneira a glória de Deus é evidenciada – Ele é glorificado.



Conclusões:



  • Deus é glorificado mais completamente quando nos sentimos agradecidos e não somente dizemos “obrigado”.
  • Não podemos controlar o sentimento autêntico de gratidão que vem do coração. Não podemos criar em nós mesmos o sentimento de gratidão. Se o nosso coração não é tocado pela bondade de Deus, nós somos ingratos. Sentimentos de gratidão são um resultado da graça.
  • Portanto, como somos pecadores cujos corações estão frequentemente em um estado de insensibilidade, nós devemos orar regularmente para que Deus nos dê a vitória em relação à nossa insensibilidade pecaminosa, e que Ele nos faça enxergar Sua bondade e nos faça sentirmos gratos (Salmo 51:10-12).


Então, a manifestação da glória de Deus depende do seguinte: 1) De Deus demonstrar sua bondade para conosco através de um benefício imerecido; 2) De nossos olhos enxergarem este benefício como proveniente de Deus; 3) Do entendimento de que não somos merecedores; 4)Do despertar de uma doce gratidão por recebermos  amor como esse; 5) Da expressão de nossos sentimentos de gratidão ao oferecermos ações de graças.



Que o Deus da graça imensurável produza estes milagres em você neste Dia de Ação de Graças.





By John Piper. ©2015 Desiring God Foundation. 
www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em português).


Traduzido com permissão por Rachel Machado Soares Beere.