terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Ensaiando Para a Morte



John Piper





“Como uma correnteza, tu arrastas os homens; são breves como o sono; são como a relva que brota ao  amanhecer;  germina e brota pela manhã, mas, à tarde, murcha e seca...  Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria”. (Salmos 90:5-6, 12 NVI)



O final do ano para mim é como o final da minha vida. E o último minuto do dia 31 de dezembro é como o momento da minha morte.



Os 365 dias do ano são como a miniatura do tempo total de minha vida. E as últimas horas do ano são como os últimos dias no hospital depois de receber o diagnóstico médico de que o fim de minha vida está bem próximo. E nestas últimas horas, os acontecimentos do ano que termina passam diante de meus olhos, e sou confrontado com uma pergunta inevitável: Eu vivi da melhor forma? Jesus Cristo, o Justo Juiz, falaria “Muito bem, servo bom e fiel”?



Eu me sinto abençoado por terminar o ano desta maneira. E minha oração é que o final do ano possa ter este mesmo significado para você.



A razão pela qual me sinto abençoado é que acredito ser uma grande vantagem poder ensaiar o momento de minha própria morte. É de grande proveito poder ensaiar uma vez por ano e preparar-se para a cena final de sua vida. É de grande proveito porque na manhã do primeiro dia de janeiro a maioria de nós estaremos vivos, prestes a iniciar uma nova vida, capazes de começarmos tudo de novo.



A vantagem de um ensaio é que ele nos mostra onde estão as suas fraquezas, onde há falhas na sua preparação e você ainda tem tempo de fazer mudanças antes do acontecimento real.



Eu suponho que para alguns de vocês o pensamento da morte é tão mórbido, tão macabro, tão carregado de tristeza que você faz de tudo para mantê-lo longe de sua mente, principalmente durante as festas de fim de ano. Mas eu descobri que há poucas coisas mais revolucionárias em minha vida do que ponderar periodicamente sobre minha própria morte.



Como obter um coração sábio para saber viver da melhor maneira? O salmista responde da seguinte maneira:



“Como uma correnteza, tu arrastas os homens; são breves como o sono; são como a relva que brota ao amanhecer; germina e brota pela manhã, mas, à tarde, murcha e seca... Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria”. (Salmos 90:5-6, 12 NVI)



Contar os seus dias significa simplesmente lembrar-se de que sua vida é curta e que sua morte acontecerá em breve. Pensar periodicamente nestas coisas resultará em grande sabedoria - sabedoria tal que revolucionará sua vida.



O critério de Paulo para medir o sucesso em sua vida foi determinado pelo fato dele ter guardado a fé. É nisto que eu quero que você se concentre.



E se nós descobrirmos que não guardamos a fé neste ano que passou, então podemos nos alegrar, como eu me alegro, que a morte deste final de ano (eu espero) é apenas um ensaio, e que no próximo ano teremos diante de nós uma vida inteira de oportunidades para manter a fé.



By John Piper. ©2015 Desiring God Foundation. 
www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em português).


Traduzido com permissão por Rachel Machado Soares Beere.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

O Retrocesso Mais Bem Sucedido de Deus



John Piper
"Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai." (Filipenses 2:9-11 NIV)



O Natal foi o retrocesso mais bem sucedido de Deus. Deus sempre se deleita em mostrar Seu poder através de uma aparente derrota. Ele usa a tática de retroceder com a finalidade de obter vitórias estratégicas.



Em um sonho, foram prometidos glória e poder para José (Gênesis 37:5-11). Mas para obter a vitória, José teve que se tornar um escravo no Egito. E se isso não tivesse sido o suficiente, quando a situação dele melhorou por causa da sua integridade, José foi feito prisioneiro, uma condição pior do que a de um escravo.



Mas tudo tinha sido planejado. Pois foi na prisão que ele encontrou o mordomo de Faraó, que no tempo determinado o levou até Faraó, e então Faraó o posicionou como líder de todo o Egito. Que trajetória improvável para o sucesso!



Mas esta é a maneira de Deus, até mesmo para o Seu Filho. Ele esvaziou-se a Si mesmo e tomou a forma de escravo. Ainda pior que um escravo, Ele tornou-se um prisioneiro, e Ele foi executado. Mas como José, Ele manteve a Sua integridade. "Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho" (Filipenses 2:9-10 NIV).



E esta também é a maneira de Deus para conosco. Glória nos é prometida se nós sofrermos com Ele (Romanos 8:17). O caminho para a glória começa por baixo. O caminho para o progresso pode parecer avesso. O caminho para o sucesso inclui derrotas preparadas por Deus. Estas derrotas sempre parecerão fracassos e você sentirá ter fracassado.



Mas José e Jesus nos ensinam algo neste Natal: "Mas Deus mudou o mal em bem!" (Gênesis 50:20 NTLH).



Vós, santos temerosos, tomai novo alento
As nuvens que tanto vos atemorizam
São abundantes em misericórdia
E irromperão em bênçãos sobre vossas cabeças




By John Piper. ©2015 Desiring God Foundation. 
www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em português).


O hino citado por John Piper é intitulado Deus Se Move De Forma Misteriosa, cuja autoria é de William Cowper. 

Traduzido com permissão por Neyzimar Ferreira Lavalley.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Esperança Para os que Estão Sofrendo Neste Natal



Queridos amigos,


Vocês já imaginaram o que teria acontecido com o dono da pousada em Belém que permitiu que Maria e José tivessem seu bebê no estábulo?



Ele tinha filhos pequenos? Quando os soldados de Herodes vieram, teriam eles procurado pelo lugar de nascimento do perigoso bebê e iniciado a matança por lá? Que preço pagou o dono da pousada por hospedar o Messias nas primeiras horas de vida?



No poema intitulado O Dono da Pousada (ou O Estalajadeiro), eu tentei imaginar o que poderia ter acontecido quando os soldados chegaram. E o que Jesus teria dito se Ele tivesse aparecido trinta anos mais tarde para conversar com o dono da pousada sobre o ocorrido. O poema é uma obra de ficção. Mas o alvo é que ele semeie a verdade, a esperança e a alegria.


Uma parceria do ministério Desiring God e da editora Crossway Books resultou na filmagem da minha leitura do poema. Esperamos que o vídeo toque um lugar profundo do seu coração, talvez através de uma ferida. Talvez você vá compartilhar este poema com sua família neste Natal, ou no seu grupo de estudo bíblico, ou até mesmo em sua igreja.



Se você já passou pela experiência da perda de um filho, ou já passou por uma experiência trágica, quando tudo parecia ir bem, nós esperamos que O Dono da Pousada seja fonte de consolo e fortalecimento. Tenho constatado que a poesia penetra na alma de uma maneira especial quando uma simples frase não pode fazê-lo. De certa forma, espero que você aprecie esta obra. Mas você poderá ser tomado por emoções profundas. Que o Senhor Jesus ressurreto possa transformar o seu Advento e seu Natal em algo verdadeiramente extraordinário neste ano.


John Piper


(Para assistir a leitura do poema por John Piper, com legenda em português disponível pelo ministério Desiring God, clique no segundo ícone na parte inferior do vídeo do YouTube, depois clique em 'subtitles' e escolha a legenda em português.)



©2015 Desiring God Foundation. 
www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em português).


Traduzido com permissão por Rachel Machado Soares Beere.



terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Ouro, Incenso e Mirra



John Piper



"Quando tornaram a ver a estrela, encheram-se de júbilo. Ao entrarem na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram. Então abriram os seus tesouros e lhe deram presentes: ouro, incenso e mirra."  (Mateus 2:10-11 NIV)

Deus não é servido por mãos humanas como se Ele precisasse de alguma coisa (Atos 17:25). Os presentes dos reis do oriente não foram dados de maneira a ajudar ou preencher uma necessidade. Seria desonroso para um monarca se visitantes estrangeiros o presenteassem com cestas básicas reais.

Esses presentes não devem ser vistos como suborno. Deuteronômio 10:17 diz que Deus não aceita suborno. Então, o que eles significam? De que maneira eles são considerados adoração?

Os presentes intensificam o desejo pelo próprio Cristo da mesma forma que o jejum o intensifica. Quando você dá um presente como este para Cristo, é como se você estivesse dizendo: "A alegria que eu procuro (versículo 10!) não é a esperança de ficar rico com os bens materiais que recebo de Ti. Eu não busco a Ti por causa dos bens materiais que posso receber de Ti, e sim por Tua causa. Eu intensifico e demonstro este desejo quando abro mão de bens materiais, na esperança de encontrar em Ti o meu prazer, e não nos bens materiais. Ao presenteá-LO com bens materiais que o Senhor não precisa, e os quais eu possa apreciar, eu estou proclamando com mais seriedade e autenticidade: 'O Senhor é o meu tesouro, e não estes bens materiais.'"

Eu acredito que é isto o que significa adorar a Deus com presentes de ouro, incenso e mirra.

Que Deus possa usar a verdade deste texto e despertar em nós o desejo pelo próprio Cristo. Que possamos dizer do coração: "Senhor Jesus, o Senhor é o Messias, o Rei de Israel. Todas as nações virão e se prostrarão diante de Ti. Deus, reine sobre o mundo de tal forma que o Senhor seja adorado. Portanto, qualquer oposição que eu possa encontrar, eu alegremente rendo a Ti a autoridade e a honra, e trago meus presentes a Ti para dizer que só o Senhor pode satisfazer o meu coração, e não estes bens materiais que ofereço a Ti."
By John Piper. ©2015 Desiring God Foundation. 
www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em português).

Traduzido com permissão por Neyzimar Ferreira Lavalley.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Jesus Está Transformando a sua Vergonha em uma Vitrine da Graça Divina



Jon Bloom




Você sabe aquele detalhe a seu respeito que você gostaria que nenhuma outra pessoa pudesse ver – aquela fraqueza persistente, o fracasso humilhante, a doença inoportuna, terríveis acontecimentos do seu passado ou sua luta atual contra o pecado? Você será encorajado através da história da mulher que tinha uma hemorragia em Lucas 8. 


Jesus já havia se transformado em uma celebridade relutante. Uma multidão se aglomerava ao Seu redor enquanto Ele se dirigia para a casa de Jairo para curar a filha de 12 anos deste líder da sinagoga.



Na multidão havia uma mulher que estava desesperada. Por doze anos ela estava sofrendo de uma hemorragia vaginal. Os tratamentos médicos aos quais ela havia recorrido esgotaram todas as suas economias. Nada havia ajudado.


Mas ela tinha visto o poder restaurador de Jesus. Quando Ele tocava as pessoas, elas eram curadas. Se Ele apenas pudesse tocá-la...


Contudo, ela tinha um problema. O problema dela era o problema. Todos que vinham até Jesus para serem curados tinham que contar para Ele – e em consequência para todos os demais presentes – qual era o seu problema. Jairo tinha acabado de fazer isso. Mas uma hemorragia vaginal? Diante de todos aqueles homens? Ainda pior, o sangramento a tornava impura, o que adicionava uma vergonha ainda mais profunda ao constrangimento desta mulher.


Mas talvez Jesus não precisasse saber que Ele havia tocado nela. E se ela tocasse Nele? Com aquela quantidade de pessoas tentando aproximar-se Dele, ela poderia rapidamente tocar nas vestes de Jesus. Ninguém jamais saberia!


Ela se forçou contra a multidão abrindo caminho até o Mestre. Quanto mais próxima ela chegava, maior o nó no estômago. Os discípulos de Jesus estavam tentando impedir as pessoas de segurá-LO. O desespero desta mulher estimulou a determinação que ela tinha. De repente, houve uma oportunidade e ela rapidamente se abaixou e passou a mão na borda do manto de Jesus.


Enquanto se erguia e dava um passo para trás, ela sentiu uma onda de calor passando por seu abdômen. Ela imediatamente soube que estava curada. Ela foi inundada por um misto de alegria e surpresa.


Que durou cinco segundos.


Então, Jesus parou e começou a procurar alguém dentre a multidão. Ele parecia concentrado e perguntou em alta voz: “Quem tocou em mim?” (Lucas 8:45 NVI)


Um sentimento de medo inundou o coração daquela mulher. Aqueles que estavam próximos de Jesus deram um passo para trás. Todos se entreolharam. Muitos declararam: “Eu não fiz nada!” Mas a mulher paralisou-se. 


Pedro, demonstrando irritação, disse a Jesus: “Mestre, a multidão se aglomera e te comprime!” Não dá pra perceber que todos estão tentando tocá-LO?


Mas Jesus, ainda procurando dentre a multidão, disse: “Alguém tocou em mim; eu sei que de mim saiu poder” (Lucas 8:46 NVI).

A mulher percebeu que havia sido descoberta. Não havia passado por sua cabeça que ela poderia estar roubando esta cura. 


Ela disse humildemente: “Fui eu.” Ela deu um passo em direção a Jesus e a multidão lhe deu passagem. Com lágrimas, ela prostrou-se aos pés de Jesus. “Mestre, eu te toquei.” E diante de todos, ela expôs a sua história vergonhosa.


Jesus ficou visivelmente comovido. Ele inclinou-se para enxugar as lágrimas da mulher e disse: “Filha, a sua fé a curou! Vá em paz” (Lucas 8:48 NVI).


Quando Jesus finalmente chegou até a casa de Jairo e ressuscitou a filha dele, Jesus ordenou que os pais da menina não contassem a ninguém (Lucas 8:56). Mas para aquela mulher, que tentou a todo custo manter secreta a sua cura, foi obrigada a contar para todo mundo. Por quê? 


Porque aquela mulher acreditou em Jesus. O que Jesus estava expondo naquele momento não era a fraqueza ou vergonha daquela mulher. O que Jesus estava expondo era a fé que ela teve. Ele queria que a fé desta mulher fosse visível para que qualquer pessoa que carrega uma vergonha secreta – que inclui cada um de nós neste mundo – possa ter esperança.


Jesus, o Grande Médico, tem o poder para nos curar de qualquer pecado, qualquer fraqueza, qualquer fracasso, qualquer doença e qualquer maldade que já foi cometida contra nós. E Ele promete esta cura para todos os que creem Nele (João3:16; Mateus 21:22).


O que agrada a Deus é a fé (Hebreus 11:6) e é a fé que libera a graça de Deus em sua vida (Efésios 2:8; Lucas 8:48). Você quer se livrar daquilo que é vergonhoso para você? Aproxime-se de Jesus com fé. Aproxime-se com a determinação de quem está desesperado para tocá-LO. E se sua fé estiver enfraquecida, implore: “Creio, ajuda-me a vencer a minha incredulidade!” (Marcos 9:24 NVI) e “Aumenta [a minha] fé!” (Lucas 17:5).


Não, nem toda promessa da graça será recebida nesta era (Hebreus 11:39). Na realidade, a maioria delas está reservada para o melhor da sua vida no porvir (Hebreus11:35). 


Mas se você acredita em Jesus, você receberá o suficiente da graça Divina (2 Coríntios 12:9) para te ajudar em seus momentos de necessidade (Hebreus 4:16).


Então, confie Nele e revista-se de coragem. Aquele detalhe vergonhoso não persistirá. Jesus está transformando a sua vergonha em uma vitrine da graça Divina.


©2015 Desiring God Foundation. 
www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em português).


Traduzido com permissão por Rachel Machado Soares Beere.