segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Por Que Deus Me Deu Este Sentimento?




Paula Hendricks




Por que Deus me deu este sentimento?



Ela escreveu:



"Eu tenho sentimentos por um amigo. Sentimentos que já pedi a Deus para retirar de mim várias vezes, mas por alguma razão, Ele não os tem retirado. Por que Deus me deu sentimentos que eu não pedi? O que Ele quer que eu faça?"



Resposta abreviada: Eu não acho que Ele lhe deu sentimentos por este rapaz.



Eu não estou bem certa de onde veio esta noção de que é culpa de Deus se sentimos o que não queremos sentir. Tiago 1:13-15 diz:



"Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: ‘Estou sendo tentado por Deus’. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido. Então esse desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, após ter se consumado, gera a morte." (NVI)



Sim, Deus nos deu capacidade de sentirmos, pois Ele nos fez à Sua imagem e Ele sente com intensidade. Mas eu não acredito que Ele alimenta sentimentos específicos em nossos corações da mesma forma como colocamos moedas em uma máquina automática de vendas.



Em última análise, os nossos sentimentos florescem do que estamos pensando e acreditando. Ao invés de pedir a Deus para eliminar tais sentimentos, examine-os cuidadosamente da maneira que você examina sua imagem no espelho antes de ir para a escola:



"Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." (Romanos 12:2 NVI, ênfase adicionada).



Deus não nos dá nossos sentimentos; mas seremos sábios se dermos os nossos sentimentos a Deus. Nós vemos o salmista fazendo isto continuamente no livro dos Salmos. Ele derrama seus sentimentos na presença de Deus, contrasta seus sentimentos em relação à verdade de quem Deus é e compara os dois.



Então, da próxima vez em que você quiser culpar a Deus pelos seus sentimentos, primeiro pergunte a si mesmo:



  • Quando foi que comecei a sentir-me dessa maneira? O que me levou a ter esses sentimentos?
  • Quais os meus pensamentos e crenças que estão contribuindo para que tenha esse sentimento?
  • Como é que meus sentimentos se alinham com a verdade de Deus? O que a Palavra de Deus tem a dizer acerca do que estou sentindo?



Então apresente os seus sentimentos a Deus, analisando-os em relação à Palavra de Deus e colocando-os perante Ele em oração.



Você acredita que Deus é responsável pelos seus sentimentos? Por que ou por que não?




© Revive Our Hearts. 
www.reviveourhearts.com (website em inglês).
https://avivanuestroscorazones.com/resource-library/topics/portugues/ (website em espanhol com alguns recursos em português).
http://www.liesyoungwomenbelieve.com/why-did-god-give-me-this-feeling/ (texto original em inglês).
Traduzido com permissão por Neyzimar Ferreira Lavalley.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Ação de Graças, Sentimentos de Gratidão, e a Glória de Deus




John Piper






De vez em quando é necessário ressaltar que nem toda ação de graças é acompanhada por um sentimento de gratidão. Nós podemos nos disciplinar (ou aos nossos filhos) para respondermos com um “obrigado” quer o sentimento de gratidão esteja presente ou não. Mas este não é um bom hábito, principalmente em relação a Deus.



Jesus nos adverte contra a adoração vã. “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram” (Mateus 15:8-9 NVI). Demonstrar gratidão ser sentir-se grato é inútil. Não tem valor para Deus.



Um Ato do Coração



Gratidão genuína é um ato que reflete as afeições do coração; não é uma ação dos músculos labiais. Não é um ato voluntário, mas um ato despertado em nós. Não é uma decisão da vontade, mas um reflexo do coração. É algo que acontece conosco. Tornamos-nos cientes de uma boa ação que nos foi praticada e podemos reagir nos sentindo gratos ou sendo ingratos.



Não é uma consequência; é uma experiência. Se a resposta de nossos lábios for uma simples dedução lógica, ela não reflete a genuína gratidão do coração. (Premissa 1: Alguém praticou uma boa ação para comigo. Premissa 2: Em situações como esta a pessoa deve dizer “obrigado”. Conclusão: Eu farei com que meus lábios respondam dizendo “obrigado”.)



Então, vejamos como a Bíblia relaciona a gratidão à glória de Deus.



Para a Glória de Deus



“Quem me oferece sua gratidão como sacrifício, honra-me” (Salmo 50:23 NVI). A oferta de gratidão que honra a Deus não é meramente externa. É a gratidão verdadeiramente sentida no coração. Este é o único tipo de sacrifício que agrada a Deus.



“Não te deleitas em sacrifícios... Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás (Salmo 51:16-17 NVI). Este é o tipo de coração que pode verdadeiramente sentir gratidão pela graça.



Então, o sacrifício de ação de graças que glorifica a Deus é a oferta de gratidão de um coração contrito e quebrantado devido às misericórdias imerecidas. Isto coloca em evidência a glória de Deus – isto glorifica a Deus.



De forma semelhante, Paulo diz em 2 Coríntios 4:15, “Para que a graça, que está alcançando um número cada vez maior de pessoas, faça que transbordem as ações de graças para a glória de Deus” (NVI). Eis a lógica desta progressão de eventos: 1) Alguém experimenta a maravilhosa e imerecida graça de Deus, 2) Um sentimento genuíno de gratidão flui do coração, 3) Este sentimento genuíno de gratidão transborda em ação de graças, 4) Desta maneira a glória de Deus é evidenciada – Ele é glorificado.



Conclusões:



  • Deus é glorificado mais completamente quando nos sentimos agradecidos e não somente dizemos “obrigado”.
  • Não podemos controlar o sentimento autêntico de gratidão que vem do coração. Não podemos criar em nós mesmos o sentimento de gratidão. Se o nosso coração não é tocado pela bondade de Deus, nós somos ingratos. Sentimentos de gratidão são um resultado da graça.
  • Portanto, como somos pecadores cujos corações estão frequentemente em um estado de insensibilidade, nós devemos orar regularmente para que Deus nos dê a vitória em relação à nossa insensibilidade pecaminosa, e que Ele nos faça enxergar Sua bondade e nos faça sentirmos gratos (Salmo 51:10-12).


Então, a manifestação da glória de Deus depende do seguinte: 1) De Deus demonstrar sua bondade para conosco através de um benefício imerecido; 2) De nossos olhos enxergarem este benefício como proveniente de Deus; 3) Do entendimento de que não somos merecedores; 4)Do despertar de uma doce gratidão por recebermos  amor como esse; 5) Da expressão de nossos sentimentos de gratidão ao oferecermos ações de graças.



Que o Deus da graça imensurável produza estes milagres em você neste Dia de Ação de Graças.





By John Piper. ©2015 Desiring God Foundation. 
www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em português).


Traduzido com permissão por Rachel Machado Soares Beere.






segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Limpe os Medos no seu Pára-Brisas



John Piper 

"Mas eu, quando estiver com medo, confiarei em ti." (Salmos 56:3 NIV)

Uma reação possível que ilustra a verdade de que nossa ansiedade tem sua raiz na incredulidade é a seguinte: "Eu tenho que lidar com sentimentos de ansiedade quase todos os dias; por isso, eu sinto que minha fé na graça de Deus deve ser totalmente inadequada. Então, eu questiono se eu posso ter qualquer certeza da minha salvação." 

A minha resposta para este tipo de preocupação é a seguinte: suponhamos que você esteja em um carro de corrida e o seu inimigo, que não quer que você termine a corrida, joga lama no seu pára-brisas. O fato de você perder de vista o objetivo por um tempo e começar a desviar-se não significa que você vai desistir da corrida.

E certamente não significa que você está na pista errada. Senão, o inimigo não teria que te incomodar. Mas isso significa que você precisa ligar o seu limpador de pára-brisas.

Quando a ansiedade ataca e embaça a nossa visão da glória de Deus e da grandiosidade do futuro que Ele tem planejado para nós, isto não significa que não temos fé, ou que não iremos para o Céu. Significa que a nossa fé está sendo atacada.

No primeiro baque, a nossa crença na promessa de Deus pode falhar ou desviar-se. Mas ficar na pista e cruzar a linha final dependem, pela graça, de iniciarmos um processo de resistência, dependem de lutarmos contra a incredulidade proveniente da ansiedade. Vamos escolher ligar o limpador de pára-brisas?

O Salmos 56:3 diz: "Mas eu, quando estiver com medo, confiarei em ti" (NIV). 

Preste atenção: ele não diz "eu nunca luto contra o medo". O medo nos bombardeia e a batalha começa. Então a Bíblia não presume que os crentes verdadeiros jamais terão ansiedade. Ao contrário, a Bíblia nos diz como lutar quando ela ataca.


By John Piper. ©2015 Desiring God Foundation. 
www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em português).


Traduzido com permissão por Neyzimar Ferreira Lavalley.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Doença, Pecado ou Sabotagem



John Piper

"Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim." (2 Coríntios 12:8 NIV)

Toda a vida, se vivida seriamente pela fé, na busca da glória de Deus e da salvação dos outros, é como o cristão que vai até uma aldeia infestada de doenças. O sofrimento que resulta desta ação é parte do preço a ser pago pela obediência de viver no lugar onde Deus chamou você para estar.

Ao escolhermos seguir a Cristo da maneira que Ele direciona, nós escolhemos tudo aquilo que este caminho inclui sob a providência soberana de Cristo. Portanto, todo o sofrimento que vem no caminho da obediência é sofrimento com Cristo e por Cristo; seja ele um câncer ou um conflito.

E é "escolhido" – o que significa que escolhemos o caminho da obediência voluntariamente onde o sofrimento pode nos atingir, e nós não resmungamos contra Deus. Nós podemos orar como Paulo orou, para que o sofrimento seja afastado de nós (2 Coríntios 12:8); mas se é a vontade de Deus, nós o aceitamos no fim como parte do preço do discipulado na jornada da obediência em caminho ao Céu.

Todas as experiências de sofrimento na jornada da obediência cristã, seja perseguição, doença ou acidente, têm isto em comum: todas elas ameaçam a nossa fé na bondade de Deus e nos tentam a abandonar o caminho da obediência.

Portanto, todo o triunfo da fé e toda a perseverança em obediência são testemunhos da bondade de Deus e da preciosidade de Cristo – seja o inimigo uma doença, Satanás, o pecado ou sabotagem. Portanto, todo o sofrimento, de qualquer tipo, que nós suportamos na caminhada do nosso chamado cristão, é um sofrimento "com Cristo" e "por Cristo".

Com Ele no sentido em que o sofrimento nos ocorre enquanto andamos com Ele pela fé, e no sentido em que é suportado na força que Ele nos supre através de Seu ministério como um Sumo Sacerdote que se compadece de nós (Hebreus 4:15).

Por Ele, no sentido em que o sofrimento testa e prova o nosso compromisso com a bondade e o poder de Cristo, e no sentido em que revela o valor de Cristo como uma compensação e um prêmio mais do que suficientes.


By John Piper. ©2015 Desiring God Foundation. 
www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em português).


Traduzido com permissão por Neyzimar Ferreira Lavalley.