quinta-feira, 3 de março de 2016

Três Maneiras de Amar um Marido Imperfeito



Kim Cash Tate


Algumas vezes parece que seria muito mais fácil cumprirmos biblicamente a nossa função como esposas se os nossos maridos simplesmente fizessem o que são chamados a fazer. Se eles cultivassem uma vida de oração fervorosa, nós nos sentiríamos melhor em seguirmos a liderança deles. Se eles estivessem crescendo através do estudo regular das Escrituras, nos sentiríamos honradas em nos submetermos. Se eles nos amassem como Jesus amou a Igreja, nosso respeito por eles seria abundante.

Mas o nosso chamado não depende de quão fielmente os nossos maridos estão seguindo o chamado deles. Nós responderemos somente ao Senhor e fazemos tudo como se fosse para Ele. Na realidade, é fácil ver onde o outro está falhando – principalmente quando esse alguém mora debaixo do mesmo teto, com hábitos e idiossincrasias que temos analisado por muitos anos. Podemos nos tornar exigentes e críticas sobre o que eles precisam ser e não percebemos a miríade de deficiências que nós possuímos.

Mesmo assim, é um problema bem real se os nossos maridos não estão cultivando as disciplinas espirituais como oração e estudo bíblico. E se faltar o amor, a situação é completamente desoladora. Como podemos deixar de lado a nossa própria dor e frustração e vivermos o nosso chamado como esposas cristãs? Como seguir a liderança de quem não está liderando adequadamente? A seguir listo três maneiras de amar o seu marido imperfeito.

1- Ore por seu marido

Como esposas, a oração é o nosso ministério mais forte em relação aos nossos maridos. Não devemos ter a seguinte mentalidade: "Acho que vou orar, pois nada mais está funcionando." Ao contrário, devemos cultivar uma mentalidade totalmente convencida de que a oração deve ser a primeira e mais importante opção – e que a oração é a maneira mais poderosa e eficaz de serviço que podemos oferecer aos nossos maridos.

Nós somos capazes de orar por nossos maridos como ninguém mais poderia. Nós testemunhamos seus altos e baixos, seus humores e atitudes, seus pontos fortes e suas vulnerabilidades. Nós sabemos em que eles ocupam seu tempo. Através de suas palavras e ações, nós entendemos a inclinação de seus corações em relação às coisas de Deus. O que fazemos com esse discernimento é a chave. Nós podemos tentar "consertar" as coisas por nós mesmas – com cotoveladas que acabam irritando ou correções que se tornam criticismo. Ou podemos confiar no Bom Pastor para realizar uma obra no Seu tempo e no Seu poder.

A oração convida Jesus a habitar no meio das preocupações e cuidados que temos para com os nossos maridos. Isto muda a dinâmica. Não estamos colocando o foco nos problemas, mas nAquele que pode resolvê-los. Somos lembradas de que não há nada difícil demais para Deus. Assim como "o coração do rei é como um rio controlado pelo Senhor; ele o dirige para onde quer" (Provérbios 21:1 NIV), os corações de nossos maridos são completamente maleáveis nas mãos do Senhor. Deus é capaz de inclinar os seus corações para Ele mesmo. Através de nossas orações, nós juntamos forças com nossos maridos para que uma mudança seja realizada.

As orações por nossos maridos também agem em nossos corações. Os nossos corações são sensibilizados quando intercedemos. Crescemos em humildade e compaixão ao percebermos que ambos, esposa e marido, são falhos e em precisão desesperadora da graça. Isto é especialmente importante se o marido não conhece a Jesus como Senhor. As nossas orações são um lembrete constante da graça redentora que recebemos, a qual Deus é capaz de derramar em nossos maridos para realizar a mudança redentora. 

2- Encoraje seu marido

Ter um chamado de Deus para ser o cabeça do lar não é um encargo invejável. Os nossos maridos carregam expectativas e responsabilidades perante Deus que são imensas, incluindo o chamado para amar profundamente. As esposas são chamadas simplesmente a amar aos seus maridos (Tito 2:4), enquanto que maridos são chamados a amar às suas esposas como Cristo amou a Igreja, entregando-Se a Si mesmo por ela (Efésios 5:25). Não importa quão comprometida é a sua caminhada com Deus, o amor sacrificial é um padrão que intimida. De fato, o nível do padrão divino para maridos (de amor, de ser o provedor para a família, de liderar a família espiritualmente) pode lhes causar mais estresse do que imaginamos.

Embora os nossos olhos naturalmente se voltem para as áreas em que nossos maridos precisam melhorar, deveríamos, ao invés, procurar maneiras de abençoá-los através do encorajamento. Isto não é necessariamente fácil, especialmente se já tivermos notado a repetição de certo comportamento com o passar do tempo. Podemos nos tornar céticas a respeito de qualquer mudança positiva. A tendência é imaginarmos que qualquer mudança não será duradoura. Talvez sejamos tentadas a menosprezar os esforços de nossos maridos, considerando-os inadequados. 

Mas, ao interceder por nossos maridos, as nossas atitudes e ações devem visar o objetivo final. Nós devemos acreditar que a mudança é possível e devemos encorajar até mesmo os pequenos avanços que testemunhamos. Ao falarmos palavras que edificam e concedem graça (Efésios 4:29), nós não somente revitalizamos os nossos maridos, mas também os nossos casamentos.

3- Morra para si mesma

A única maneira de verdadeiramente vivermos o nosso chamado como esposas, a despeito de nossas dores e frustrações, é morrer para si mesma. Este é o nosso principal chamado como seguidoras de Cristo: crucificarmos a nossa carne para que Cristo possa viver plenamente através de nós. E, quando Cristo está vivendo através de nós, experimentamos a insuperável grandeza de Seu poder.

Deus sabe que, através de nossos próprios esforços, nós não podemos ser as esposas que Ele nos chama a ser - graças a Deus que Ele não espera isso de nós. Quando deixamos de lado o nosso ego, o Espírito de Deus assume o comando, nos enchendo com Sua imensa graça e força. Nós somos capacitadas a orar quando estamos cansadas de orar e a amar quando o "sentimento" desaparece. 

A graça identifica maneiras em que podemos encorajar, tempera a nossa fala e aquieta os nossos espíritos. E, enquanto esperamos em Jesus a resposta às nossas orações por nossos maridos, a graça de Deus mantém os nossos olhos fixos em nosso Bom Pastor, nAquele que somos chamadas a seguir prioritariamente. Aqui jaz um tesouro eterno. Ao obedecermos ao nosso chamado como esposas, nós usufruímos de uma comunhão abençoada com o nosso Senhor.

©2016 Desiring God Foundation. 
www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em português).

Traduzido com permissão por Neyzimar Ferreira Lavalley.