quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Quais Disciplinas Espirituais São Mais Importantes? (Pergunta 4)



Don Whitney



Sei que você ouve esta pergunta frequentemente, pois é uma pergunta importante. Na vida cristã, quais são as duas disciplinas espirituais pessoais de maior importância? 

A resposta para esta pergunta é bem evidente. As duas disciplinas espirituais pessoais mais importantes são o estudo da Palavra de Deus e a oração – e nesta ordem. Pois é muito mais importante nós ouvirmos Deus através de Sua Palavra, do que Deus nos ouvir através da oração.  

Então, é primordial que estas duas disciplinas sejam prioridade. Além disso, todas as outras disciplinas espirituais bíblicas se desenvolvem a partir destas duas – particularmente do estudo da Palavra de Deus (como o jejum ou outro ensinamento que encontramos na Palavra de Deus). Elas são definidas pela Palavra de Deus. A instrução que recebemos para praticar as disciplinas é proveniente da Palavra de Deus. 

O que eu tenho percebido é que as pessoas costumam dizer: “Eu frequento uma igreja teologicamente sólida e toda vez que estou na igreja, eu ouço a respeito do estudo da Bíblia e da oração, de uma forma ou de outra. Gostaria de ouvir algo diferente. Gostaria de ouvir algo mais exótico. Fale a respeito das disciplinas espirituais mais exóticas como o jejum, um retiro espiritual solitário ou escrever em um diário espiritual – fale a respeito de algo diferente”.

Se uma pessoa não está bem alicerçada e estabelecida na Palavra de Deus e em oração, ela não praticará o jejum nem manterá um diário espiritual. O alicerce é o estudo da Palavra de Deus e a oração. Eu digo estas coisas como uma dica para pastores e professores que estão ensinando as disciplinas espirituais. Se o seu ensino das disciplinas espirituais não tem como resultado básico que as pessoas tornem-se mais consistentes na Palavra e em oração, esqueça todas as outras disciplinas. Talvez as pessoas estejam mais interessadas em ouvir a respeito das outras disciplinas porque elas tenham ouvido menos a respeito delas e porque nós certamente queremos ensinar o que a Bíblia ensina a respeito delas. As demais disciplinas estão nas Escrituras, e nós queremos ensinar a respeito delas. Mas não permita que um interesse nas disciplinas menos evidentes impeça que as pessoas sejam mais consistentes em relação à Palavra de Deus e à oração.

Contudo, em relação a estas duas disciplinas espirituais pessoais mais importantes, eu tenho percebido que há um problema quase universal. No estudo da Palavra de Deus ocorre o seguinte: Mesmo os leitores da Bíblia que são mais comprometidos leem um capítulo, ou três capítulos, ou um número indeterminado de capítulos da Bíblia. Uma vez terminada a leitura, eles fecham a Bíblia. Na maioria dos dias, se eles fossem questionados, teriam que admitir no momento em que fecham a Bíblia: “Não me lembro de nada que eu li. Na realidade, na maioria dos dias eu não posso sequer me lembrar de qual passagem Bíblica eu li”.

Eu acredito que uma solução simples e definitiva para este problema é a meditação nas Escrituras. Não apenas ler, mas meditar. As pessoas dizem: “Eu simplesmente não me lembro do que eu li”. Digamos que uma pessoa gaste dois segundos lendo o versículo 1 de um capítulo Bíblico, depois ela gasta mais dois segundos lendo o versículo 2, e a seguir gasta mais dois segundos lendo o versículo 3, esta pessoa poderia ter mil experiências de dois segundos com a Palavra de Deus e não lembrar-se de absolutamente nada do que leu. Você consegue se lembrar de alguma coisa depois de observar algo por apenas dois segundos?

De vez em quando você se lembra de alguma coisa, mas geralmente não se lembra. Então, o problema não é a sua memória. O problema não é o seu QI. O problema não é o seu nível de educação formal. O problema é o seu método. Então, o meu conselho para estas pessoas é a meditação. Mas você poderia responder: “Você não entende. Eu tenho apenas alguns minutos por dia e estou fazendo o que está ao meu alcance da melhor maneira possível. Agora você me diz para adicionar algo mais. Eu não tenho tempo para adicionar a meditação”.

Digamos que você tem apenas dez minutos para se dedicar à Palavra de Deus. Não leia por dez minutos. Leia por cinco minutos. Medite durante os outros cinco minutos. Se necessário, é bem melhor ler por menos tempo e lembrar-se de alguma coisa do que ler por um tempo mais prolongado e não lembrar-se de nada. E com a oração, eu descobri que o problema quase universal é o seguinte: As pessoas costumam orar repetindo as mesmas coisas a respeito dos mesmos pedidos. Mais cedo ou mais tarde isto se tornará tedioso. Quando a oração se torna tediosa, você não terá vontade de orar. Quando você não tem vontade de orar, é difícil forçar-se a orar. A oração transforma-se em uma obrigação. É apenas uma oração obrigatória. Não há alegria. Não há vida. Não há sentimentos. 

Orar pelos mesmos pedidos continuamente é normal. Nossas vidas seguem uma tendência e consistem das mesmas coisas que se repetem dia após dia. Nossas vidas não experimentam mudanças drásticas de um dia para o outro com frequência. Então, uma solução simples e definitiva para este problema universal é a seguinte: Quando você orar, ore de acordo com uma passagem Bíblica, principalmente um Salmo. Se você fizer isto, você estará orando repetidamente pelos mesmos pedidos, mas você jamais repetirá as mesmas coisas a respeito dos mesmos pedidos. Você nunca terá a impressão de que esgotou o assunto. Você não precisará de outras anotações. Você não precisará de nenhum outro recurso. Apenas abra sua Bíblia. Converse com Deus sobre o que vem em mente a respeito do texto da Palavra de Deus, e você nunca mais repetirá as mesmas coisas sobre os mesmos pedidos.

Recursos relacionados:

Pergunta 1: O que são disciplinas espirituais?

Pergunta 2: Por que precisamos tanto das disciplinas pessoais como das coletivas?

Pergunta 3: Como saber se estou praticando as disciplinas espirituais corretamente?

Pergunta 5: Qual a disciplina espiritual que mais negligenciamos?



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www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em português).


Traduzido com permissão por Rachel Machado Soares Beere.