quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

CINQUENTA TONS NEGATIVOS: O Pecado é uma Agulha e não um Brinquedo


Marshall Segal


Cinquenta Tons de Cinza estreia nos cinemas nesta sexta-feira, e não é uma surpresa – mas certamente irônico – que a data é apenas um dia antes da celebração anual do amor nos EUA. A série de romances eróticos que explora o domínio sexual e até a violência (tragicamente) já vendeu mais de 100 milhões de cópias e foi traduzida para 52 idiomas. Sim, a América exportou estas cenas e esta mensagem em 52 idiomas e sabe-se lá para quantos países.

Eu não li os livros, não assisti o filme, e nem irei. Eu li a respeito do livro e assisti um trailer. Ainda assim eu acredito ter informações o suficiente para advertir meus irmãos e irmãs em Cristo (o personagem principal masculino infelizmente chama-se Christian). Em uma sociedade que menospreza a perversidade do pecado, e até o enaltece, nós precisamos constantemente ser advertidos sobre os perigos do pecado. Como uma criança que acha uma agulha no chão e pensa que ela é um brinquedo, nós também podemos ser perigosamente ingênuos a respeito do que está acontecendo na esfera do entretenimento.

A mensagem de que o sexo é egoísta, manipulativo, e até divertidamente violento irá te enganar e violar. Pode parecer uma fantasia engraçada e sem consequências, mas infelizmente está sutilmente redefinindo o poder e a beleza do sexo, criando barreiras espirituais em seu coração que eventualmente o irão destruir e incapacitar de desfrutar o prazer real e duradouro.

Dez Promessas Mais Verdadeiras do que Qualquer Fantasia

Antes de comprar os ingressos e a pipoca – e antes de você conversar com um amigo que deseja ler os livros ou assistir o filme – eu gostaria de compartilhar com você dez das promessas de Deus. Minha esperança e oração é que a clareza e poder da Palavra de Deus possam convencer muitos de vocês a proteger seu coração e não desperdiçar seu dinheiro, além de impulsioná-lo a ajudar outras pessoas a fazer o mesmo.

1.      O verdadeiro amor – o amor para o qual nós fomos criados – põe de lado desejos egoístas e sacrifica-se pelo bem-estar e segurança de outros.

“Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.” 1 João 4:9-10 NVI

O amor tentador e sexy de Hollywood combina sedução, escândalo e paixão. Ele sugere que o melhor dos amores é o amor proibido. O verdadeiro amor – puro, abundante, mais agradável – foi criado por Deus para o nosso bem e demonstrado por Deus através da cruz. Se o amor tem a aparência de egoísta – se ele te toma ao invés de te dar – simplesmente ele não é amor.

2.      O pecado promete satisfazer, mas o dano que ele causa é sutil e destrutivo.

“Grande será o sofrimento dos que correm atrás de outros deuses.” Salmo 16:4 NVI

Se você for honesto, eu não precisarei fazer força para convencê-lo disso. Qualquer pessoa que já experimentou o pecado sabe que ele é um “senhor” desonesto e infiel. O pecado quase sempre se apresenta persuasivamente como gratificante, seguro e durável. Mas ele não é, e nunca será. Ao invés de saciar o desejo de nossas almas, ele o intensifica. Ele não sacia nossa fome, apenas a faz multiplicar-se. O pecado promete produzir felicidade, mas ele apenas cria e multiplica a dor, a tristeza e a necessidade.

3.      O pecado que tem a aparência e o sentimento de prazer é apenas uma imitação barata de algo muito mais intenso e gratificante.

“Sempre tenho o Senhor diante de mim. Com ele à minha direita, não serei abalado. Por isso o meu coração se alegra e no íntimo exulto...  Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita.” Salmo 16:8-11 NVI

Não há dúvida alguma de que quando nós satisfizermos os desejos da carne, sentiremos alguma sensação de prazer. O pecado não teria nenhum poder sobre nós se não fosse assim. Estamos nos esquecendo ou rejeitando a promessa de que o minúsculo prazer que recebemos ao pecarmos é curto e patético se comparado com o oceano de prazer que teremos na presença de Deus.

4.      Aqueles que escolhem ter uma visão limitada no presente terão uma visão ilimitada por toda a eternidade.

“Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus.” Mateus 5:8 NVI

Há coisas que vemos e praticamos nessa vida que nos cegam para a realidade de Deus. Não há nada mais espetacular e gratificante do que ver e desfrutar Deus, mas nós, rapidamente e sem refletir cuidadosamente, trocamos essa experiência por 125 minutos (ou menos) de excitação.

Toda vez que nos expomos a algum entretenimento impuro, estamos sacrificando nossa consciência e conhecimento em relação à bondade mais elevada, grandiosidade mais soberana e amor mais profundo que poderíamos vir a experimentar. Não se deixe enganar, estamos pagando mais do que o preço do ingresso para assistir o filme quando decidimos mergulhar na impureza.

5.      Lascívia – um desejo sexual tortuoso, errôneo e egoísta – afronta, e não honra quem é seu objeto. 

“A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. Cada um saiba controlar o seu próprio corpo de maneira santa e honrosa, não dominado pela paixão de desejos desenfreados, como os pagãos que desconhecem a Deus.” 1 Tessalonicenses 4:3-5 NVI

A atenção pode parecer amor, mas a lascívia é na realidade uma fascinação e fixação com o próprio ego. Em algum momento, passamos a nos acomodar com qualquer que seja o desejo sexual de nosso parceiro, sem considerarmos como ele nos vê. Sentimo-nos honrados (amados) por algo que é, por definição, uma afronta e uma humilhação. A atenção sexual ilícita e egoísta pode parecer que está nos enaltecendo, quando na realidade não se importa a mínima conosco. Seu único propósito é satisfazer um desejo de prazer que é insaciável e equivocado. Lascívia não é amor; não vai te servir em nada; e ainda irá te prejudicar antes de proporcionar qualquer satisfação.

6.      As paixões da carne não são as mais elevadas, e sim as mais degradantes das experiências humanas.

“Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência. Anteriormente, todos nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne, seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira.” Efésios 2:1-3 NVI

Quando Paulo explica o que aconteceu quando você foi salvo do pecado, ele diz que você estava morto – não apenas quebrado, doente ou errado, mas morto. E neste estado de morte que você estava vivendo, você seguia a ordem desse mundo e vivia satisfazendo as paixões da carne, o desejo natural e pecaminoso do corpo. É isto que significa estar morto.

Quando você estava menos vivo, você era escravo da lascívia – e de todo outro tipo de pecado. Se você quiser viver – uma vida verdadeira, duradoura, vibrante e feliz – deixe de lado o modo de vida que você tinha quando estava morto. Fuja do caixão que são as mentiras deste mundo. Siga em direção ao céu. Aprenda as paixões da santidade. Satisfaça os desejos do Espírito. Viva.

7.      Domínio-próprio, e não o domínio de outros, deve ser elogiado, cultivado e imitado.

“Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem... Eu os advirto, como antes já os adverti: Aqueles que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus.  Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.  Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos.” Gálatas 5:19-24 NVI

O tipo de amor e sexo que é celebrado em Cinquenta Tons de Cinza é vazio de significado e de poder. O amor não cede o controle à imoralidade sexual, impureza e libertinagem. O amor é paciente, gentil e resiste aos próprios desejos egoístas por amor ao próximo. Ao invés de dizer sim a todo impulso rebelde, estranho e depravado, o verdadeiro amor não se cansa de perguntar como ele pode servir e satisfazer o próximo. Ele controla a si mesmo, não controla os outros.

8.      Sexo é um belíssimo retrato da pureza e amor de Deus, e pode ser uma arma devastadora de Satanás para destruição.

“’Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne.’ Este é um mistério profundo; refiro-me, porém, a Cristo e à igreja.” Efésios 5:31-32 NVI

O sexo nos foi dado para ilustrar algo sobre o amor, intimidade e confiança que experimentamos com Deus através de Cristo. Nosso relacionamento com Deus não é sexual, mas o sexo – como a experiência mais profunda, vulnerável e sagrada que duas pessoas podem ter nessa vida – é um belíssimo retrato de quão elevado, extenso, amplo e profundo é o amor de DEUS por nós.

Ao mesmo tempo, Satanás tem roubado o sexo e o tem distorcido em algo terrível e perigoso. O sexo que Satanás oferece é uma imitação – parece uma estátua de cera do original, mas que está se derretendo. Ao invés de retratar a beleza e a glória de Deus, ele demonstra os perigos de se opor a Deus e de corromper os bons presentes que Ele nos dá. O sexo que rejeita DEUS também rejeita sua própria validade. É completamente errôneo em relação ao objetivo e prazer verdadeiros do sexo.

9.      O nosso maior desespero não é apenas que nos envolvamos com as trevas, mas que amamos as trevas.

“ Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más.” João 3:19 NVI

Como diz John Piper: “Nós somos pecadores não porque somos vítimas das trevas, mas porque somos amantes das trevas.” Uma maneira de se opor ao trabalho salvador de Deus em sua vida é cultivar um amor pelas trevas. Se você acha que o pecado é divertido, ou gosta daquilo que sugira que o pecado seja bom e agradável, você se achará – sutil e secretamente, ou corajosa e publicamente – amando as trevas. E o amor pelas trevas não pode e não irá viver na luz (João 3:20).

10.  A graça de Deus pode cobrir qualquer pecado sexual – o mais egoísta, tenebroso e até violento – mas nunca o aceita ou faz as pazes com ele.

“Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus... Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?... Pois sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não mais sejamos escravos do pecado; pois quem morreu, foi justificado do pecado.” Romanos 3:23-24; 6:2, 6-7 NVI

Se o sangue de Jesus foi poderoso o suficiente para salvar Davi – cujo pecado sexual foi o de dormir com a esposa de outro homem e depois matá-lo – ele pode salvá-lo de qualquer escuridão sexual que você viu ou praticou. Mas Ele não te salvou para que você permaneça nesta situação. Ele morreu não somente para te resgatar das trevas do inferno, mas das trevas que estão penetrando progressivamente em nosso mundo e na mídia.

Ele morreu para te libertar, não para que você possa se entregar a fantasias pecaminosas, mas para que você possa fugir delas. O Deus que diz: “Sou eu aquele que não se lembra mais de seus pecados” (Isaías 43:25 NVI), também diz: “Agora vá e abandone sua vida de pecado” (João 8:11 NVI).

Diga Não aos Tons de Cinza

O pecado é uma agulha que transmite vícios mortais e que assassina suas vítimas. Não é o brinquedo que aparenta ser. Ela penetra sorrateira e profundamente em nossas partes mais vulneráveis e duradouras. De qualquer forma que se apresente – se belo, cativante ou culturalmente aceitável – ele não é seguro. No final, o prazer cheio de culpa não é prazer de maneira alguma. Apenas Deus pode satisfazer o que nossos olhos e corações verdadeiramente desejam.

 Marshall Segal é assistente executivo de John Piper, graduado pelo Bethlehem College & Seminary em Minneapolis, e regularmente escreve sobre assuntos para solteiros e namoro

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Traduzido com permissão por Rachel Machado Soares Beere