Jonathan Parnell
A homossexualidade não é o único pecado mencionado em 1 Corintios
6:9–10.
"Vocês
não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar:
nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos,
nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros
herdarão o Reino de Deus."(NVI)
Não é o único pecado mencionado, mas é diferente de todo o resto, pelo
menos no momento atual. Neste momento na história, ao contrário dos outros
pecados aqui mencionados, a homossexualidade é celebrada pela maior parte de
nossa sociedade com um entusiasmo sem precedentes. É visto como uma coisa boa,
como a marca do progresso.
É certo que cada vez mais, as pessoas não se incomodam com o pecado de
maneira geral. Um número incalculável de pessoas são idólatras, sem mencionar
as que são sexualmente imorais, as que cometem adultério, que roubam, que são
gananciosas, alcoólatras, que insultam e enganam os outros. Isso acontece o
tempo inteiro. E cada um desses pecados, caso não haja arrependimento,
representa o mesmo em relação ao julgamento de Deus. Todos eles merecem a ira
de Deus. E somos constantemente lembrados que "assim foram alguns de vocês" (1 Coríntios 6:11 NIV). Assim foram alguns de
vocês na igreja.
Em relação à opinião popular
Até onde vai meu conhecimento, nenhum desses pecados é aplaudido tão
agressivamente por grupos de pessoas que defendem a sua normalidade. A
imoralidade sexual não é mais considerada uma marca do avanço progressista. O
adultério ainda é visto negativamente por muitas pessoas. Acusações de ganância
ainda mancham a reputação política de um candidato em campanha. O roubo ainda
não é aceito abertamente, e não há nenhum movimento propagando que é aceitável apropriar-se
de coisas que não lhe pertencem. Ainda não existe uma campanha em prol do
embriagar-se. A maioria não tem orgulho de escolher a bebida ao invés da estabilidade,
e não há nenhuma petição para que o governo venha a abolir as restrições que
impedem indivíduos embriagados de dirigir. Insultar os outros ainda não é visto
como a melhor maneira de fazer amigos nem de influenciar as pessoas. Enganar,
especialmente no ambiente de trabalho, frequentemente acaba levando alguém para
a cadeia. De fato, a infraestrutura da economia americana depende, de certa
maneira, do nosso desprezo por esquemas enganosos.
Talvez, com exceção da fornicação, esses pecados ainda estão sendo
vistos de maneira bem negativa. Mas não a pratica homossexual, não para aqueles
que agora estão se pronunciando ainda mais alto e de posições de proeminência.
De acordo com o consenso que está emergindo, a homossexualidade é diferente.
Ao quê ser contra
Como cristãos, nós acreditamos com profunda sinceridade que a aceitação
da prática homossexual, assim como de outros pecados, mantém as pessoas fora do
Reino de Deus. E se a nossa sociedade celebra essa prática, nós não podemos mostrar
que nos importamos ao mesmo tempo em que nos calamos. Eis que muito está em
jogo. É uma dedução simplista dizer que cristãos, ou evangélicos conservadores,
são apenas contra a homossexualidade.
Somos contra todo o pecado que impede as pessoas de participarem da alegria
eterna em Deus e, neste momento cultural, a prática homossexual somente é mais
divulgada porque é o principal pecado que está sendo defendido neste contexto
por diversos poderes. É de se esperar, se houver uma nova agenda cultural que
promova a roubalheira e defenda que agora é nosso direito usarmos de quaisquer
métodos para nos apropriarmos daquilo que pertence aos outros, que os Cristãos
se manifestarão contra essa prática. O problema é o pecado. É contra ele que
estamos. É este detalhe que deve ser a diferença quando nos manifestamos nesse debate.
Alguns gostariam de ver a questão da homossexualidade dividida em dois
grupos: aqueles que a celebram e aqueles que a odeiam. Ambos os grupos existem
em nossa sociedade. Há um número crescente, sob forte pressão social, que
aplaude a homossexualidade. Vamos chamá-los de esquerda. E há aquelas pessoas
que odeiam a homossexualidade, que apresentam uma lógica extremamente intolerante
e não demonstram a verdadeira preocupação cristã. Vamos chamá-los de direita.
As palavras gloriosas
O presente debate é distorcido por essas duas percepções. Aqueles na
esquerda tentam classificar todos aqueles que discordam com eles como
pertencentes à direita. Se você não apoia,
você odeia. Enquanto isso, aqueles da direita interpretam como falta de
comprometimento e de firmeza caso alguém não se manifeste. Se você não odeia, você apoia.
Mas os verdadeiros seguidores de Cristo não pertencerão a nenhum desses
grupos. Nós temos algo a dizer que ninguém mais está dizendo ou pode dizer.
Nossa visão se distancia tanto da esquerda quanto da direita, nós não
celebramos a prática homossexual, nós
reconhecemos pela palavra claramente revelada de Deus que isso é pecado; e
nós não odiamos aqueles que praticam a homossexualidade, nós os amamos o
suficiente para não sucumbirmos sob a pressão social. Nós falamos a verdade em
amor em meio a esta confusão, dizendo simultaneamente: "Isto é
errado" e "eu te amo". Nós não somos da esquerda, nós dizemos: isto é errado. E nós não somos da
direita, nós dizemos: você é amado. Nós falamos das boas novas, com aquelas
palavras mais doces, mais profundas e mais gloriosas da cruz – as mesmas
palavras com que Deus nos falou: "Você está errado, e você é amado."
Deus nos diz que estamos errados, que o salário do pecado é a morte, que
a rebelião sem arrependimento resulta em condenação, que o nosso resgate exigiu
a morte sob maldição de Seu Filho (Romanos 3:23; João 3:36; Gálatas 3:13). E
Deus nos diz que somos amados, que Jesus morreu por nós enquanto ainda éramos
pecadores; que Jesus sofreu em nosso lugar enquanto ainda éramos injustos; que
embora estivéssemos destinados para a ira, Jesus nos convida para participarmos
da glória (Romanos 5:8; 1 Pedro 3:18; Efésios 2:1-7).
Aonde brilha o evangelho
Você está errado e você é amado – este é o
discurso diferenciado do Cristão. Isto é o que dizemos, tendo como base a nossa
experiência própria, como Tim Keller descreve tão bem: "Nós somos muito
piores do que imaginamos, e somos muito mais amados do que poderíamos
sonhar".
Essa é a nossa mensagem nesse debate, quando as elites da sociedade nos
desprezam, quando canções populares nos caracterizam como vilões, quando
ninguém mais tem os recursos para dizer algo diferente dos dois extremos, nós
temos essa incomparável oportunidade de deixar o evangelho brilhar, de nos
pronunciarmos revestidos de graça: você
está errado e você é amado. Temos de dizer isso.
É por isso que a homossexualidade não é como os outros pecados.
©2015 Desiring God Foundation.
www.desiringGod.org (website em inglês com alguns recursos em
português).
http://www.desiringgod.org/articles/why-homosexuality-is-not-like-other-sins (texto original em inglês).
Traduzido com permissão por Neyzimar Ferreira Lavalley