Nancy Leigh DeMoss
A nossa sociedade tem acreditado na filosofia de
que existe, ou deveria existir um remédio, de preferência rápido e fácil, para
cada desejo não satisfeito.
Nós somos
encorajadas a identificar nossos desejos e fazer o que for necessário para ter
estas "necessidades" satisfeitas. Portanto... se estiver com fome,
coma. Se você quer algo que não possa comprar, use o cartão de crédito. Se você
precisa de romance, se vista ou aja de maneira que os homens te notem. Se você
se sente só, divida seu coração com aquele homem casado do trabalho.
Da próxima
vez em que você estiver em um supermercado, dê uma olhada nas revistas
femininas expostas próximas ao caixa. As capas estão repletas de ofertas que
prometem satisfazer a todos os seus desejos:
* 99 maneiras para melhorar a aparência, se sentir
melhor e aproveitar mais a vida.
* Perca peso comendo.
* Fique linda mesmo que esteja um calor
escaldante.
* 25 segredos para ficar mais jovem.
* A Vida Fácil: empregos divertidos, roupas
legais, fantasias inusitadas e soluções espertas.
Na melhor
das hipóteses, essa maneira de pensar tem deixado muitas mulheres ainda
insatisfeitas, ainda tateando, ainda procurando por algo para preencher o seu
vazio interior.
Na pior das
hipóteses, essa ilusão tem causado uma mágoa enorme e um aprisionamento. E o
coração fica com muita ansiedade, ressentimento e depressão. Essa ilusão tem
levado inúmeras mulheres a trocarem a sua virgindade por um corpo quente e a
promessa de companheirismo. Tem levado mulheres casadas a procurarem satisfação
nos braços de homens em seus trabalhos que alegam se preocuparem com os seus
sentimentos. Tem levado muitas jovens ao altar da igreja para trocar votos de fidelidade
por todas as razões erradas; e tem levado uma grande porcentagem desses mesmos
casais ao divórcio. Tudo em uma tentativa de satisfazer os seus desejos mais
íntimos e profundos.
Uma mulher
que chamaremos "Carmem"
compartilhou onde essa ilusão a levou:
“Acreditando que não deveria viver
com meus desejos sem satisfazê-los, eu fazia o que queria e quando queria.
Roupas, viagens à Europa, fins de semana fora; eu colocava tudo em cartões de
crédito ou conseguia financiamento de alguma maneia, até que acumulei
aproximadamente de $7.000 a $10.000 dólares em dívidas com apenas 22 anos de
idade. A outra coisa que eu desejava e sentia que precisava urgentemente era um
homem. Em consequência, eu namorava homens em quem não estava interessada, ou
homens que eu sabia só queriam dormir comigo. Para conseguir encontros, eu
ocasionalmente tinha sexo só para me sentir aceita.”
Qual é a
verdade que nos liberta da prisão dessa ilusão?
Primeiro, devemos reconhecer que haverá sempre
desejos não satisfeitos enquanto não chegarmos ao Céu (Romanos8:23). De fato, se nós
pudéssemos ter todos os nossos desejos satisfeitos aqui na Terra, ficaríamos facilmente
satisfeitos em permanecermos aqui, e os nossos corações nunca desejariam um
lugar melhor.
É
importante entender que nossos desejos mais íntimos não são necessariamente
pecaminosos em si mesmos. O que é errado é exigir que esses desejos sejam
satisfeitos “aqui e agora”, ou insistir em satisfazê-los de forma ilegítima.
Até que
Deus providencie um contexto legítimo para que nossos desejos sejam
satisfeitos, nós devemos aprender a viver contentes com desejos não
satisfeitos.
A segunda verdade é que os desejos mais
profundos do nosso coração não podem ser satisfeitos por nenhuma pessoa criada,
ou coisa. Essa é
uma das verdades mais liberadoras que eu descobri em minha própria caminhada.
Através dos anos, eu procurei por pessoas e circunstâncias para me fazerem
feliz. E vez após vez, quando elas falharam comigo, eu me achava descontente e
desapontada.
A verdade é
que toda coisa criada certamente vai nos desapontar. As coisas podem queimar,
quebrar, serem roubadas ou perdidas. As pessoas podem se mudar, se transformarem,
falharem ou morrerem. Foi a perda de algumas pessoas muito queridas, alguns anos
atrás, que me acordou para a verdade de que eu sempre viveria em um estado de
desapontamento se eu continuasse a procurar em pessoas a satisfação da essência
do meu ser.
© by Nancy Leigh DeMoss
Texto publicado no site www.reviveourhearts.com
Traduzido
com permissão por Neyzimar Ferreira Lavalley